O
presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, disse nesta
quarta-feira (15) que a aliança do partido dele com o PSB do
presidenciável Eduardo Campos não está ameaçada em virtude da
possibilidade do governador pernambucano deixar de apoiar Geraldo
Alckmin para o Governo de São Paulo, em outubro.

“A aliança em São Paulo é importante, mas não é decisiva para a
estratégia nacional. O apoio a Eduardo Campos é uma questão cristalizada. É cedo
ainda para discutir palanques nos Estados. O que o PPS quer é que todas
as alianças estaduais sejam discutidas entre todos os aliados, sem
imposições de qualquer uma das partes e visando apenas a candidatura
presidencial”, afirmou Freire.
A declaração é uma tentativa de acalmar os ânimos que se abateram sobre
a aliança PSB, Rede e PPS, após o presidente estadual do PPS em São
Paulo, David Zaia, declarar ao jornal “O Globo” que o apoio a Campos
pode ser revisto caso o pernambucano desista de apoiar Alckmin.
Segundo Roberto Freire, a declaração de Zaia é “estritamente pessoal” e
não ameaça o acordo com Eduardo Campos: “Cada membro do partido tem
direito de ter a sua opinião. Mas essa não é uma tese que não prevalece
no partido e não conta com o apoio da maioria. Não vejo a declaração do
Zaia como uma ameaça a Campos, mas apenas uma tentativa de evitar
precipitações e afobamento na discussão de alianças estaduais”, declara.
A confusão entre o PPS paulista e o PSB tem se dado em virtude de
pressões que filiados da Rede de Marina Silva tem exercido sobre o
partido de Campos para evitar o apoio a Geraldo Alckmin. Os “marineiros”
defendem no PSB o lançamento de candidatura própria. Já o presidente
estadual da sigla, deputado Márcio França, apoia abertamente a
continuidade da aliança com os tucanos em São Paulo.
De acordo com informações que circulam nos bastidores, Marina Silva e
seus fiéis seguidores da Rede impuseram a candidatura própria em São
Paulo para que a ex-petista possa ser vice de Campos. O raciocínio dos
“marineiros” é que o apoio a Alckmin destrói o discurso da “nova
política” apregoado por Marina e condição básica para a união que
aconteceu com Eduardo Campos.
Roberto Freire discorda da tese e diz que, pessoalmente, acha a
manutenção do acordo entre PSB e Alckmin a melhor opção para Campos.
"Geraldo Alckmin tem um enorme contingente de votos no Estado que o
maior do Brasil. Apostar numa candidatura inexpressiva é opção arriscada
e pode ser decisiva entre Eduardo ir ou não para o segundo turno”,
avalia.
O presidente nacional do PPS, diz, entretanto, que o xadrez eleitoral não pode ser jogado apenas considerando um Estado.
Em referência indireta às pressões de Marina Silva e seus seguidores da
Rede, entretanto, Freire defende cautela nas pressões para formação de
palanques.
“Numa aliança nacional é preciso buscar consenso, sem afobamento e
precipitações. Fazer exigências e ameaças, sem ouvir os demais aliados,
joga contra a estratégia nacional”, adverte o deputado federal.
O PPS é o único partido até agora que declarou apoio a Eduardo Campos a presidente da República em outubro próximo.
Fonte: Bob Fernandes - Rodrigo Rodrigues - Portal Terra.
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