As discussões em torno de uma terceira via passando ao largo das duas
candidaturas de esquerda, no caso a do governador Agnelo Queiroz (PT)
liderando um leque de partido e, na outra, o senador Rodrigo Rollemberg
(PSB), aguçam o imaginário dos atores políticos do Distrito Federal.
Especulação é o que não falta, principalmente depois que o PT descartou a
participação do senador Gim Argello (PTB), que busca a reeleição, na
chapa majoritária.
Ao retornar para a Secretaria de Habitação o deputado federal Geraldo
Magela, o PT sinalizou que a vaga para a disputa do Senado é do partido.
Este debate já vinha acontecendo e se multiplicando dentro do PT. Num
primeiro momento, a questão era se Agnelo teria fôlego para chegar em
2014 com chances de igualdade com os concorrentes. Falava-se que ele
poderia ser substituído. Embora ninguém admita — caso Agnelo continue
amargando números ruins na avaliação do brasiliense —, é bem provável
que ele fique até o final no governo e seja trocado por outro nome.
Gim, que de bobo não tem nada, já foi sondado por um grupo de
empresários com contas bancárias acima de seis zeros, para avaliar uma
terceira via. Houve duas reuniões. Uma em São Paulo e outra recentemente
em Brasília. O personagem que encabeça o nome para governo, está sendo
mantido em segredo digno de cofre bancário. Na rodada de conversas já
participou o ex-governador José Roberto Arruda, que a princípio teria
gostado da ideia, mas não sinalizou nada ainda. Gim participou de todas
as conversas e está avaliando qual caminho vai seguir.
O senador não quer olhar o futuro com ansiedade, preferindo trafegar
numa estrada mais segura, politicamente falando, sem ser atropelado
pelas indefinições de aliados, como foi o caso do PT. Gim tem plena
convicção de que o PT, depois de atropelá-lo, não vai dar meia volta e
estacionar o carro ao seu lado. Sendo assim, ele costura a terceira via
calado e sem assustar os adversários.
Enquanto isso, Agnelo vai mexendo nas regiões administrativas, cobrando
mais comunicação e tapando o sol com a peneira. A última façanha foi
trocar o secretário da região Metropolitana do DF, Arquicelso Bites, por
Paulo Roriz, que vem a ser sobrinho de Zequinha Roriz. Tanto esforço e
quebra de regras ideológicas tem um nome: sucessão. Sua estratégia e
colocar as ovelhas desgarradas do arrudismo e do rorizismo sob a
proteção do Palácio do Buriti. É a história: o fim justifica os meios,
principalmente em política.
Fonte: Jornal Opção
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