Quais são seus planos para 2014?
Estou trabalhando com muito afinco para que Reguffe seja candidato ao Governo do DF.
O senhor é incentivado a ser candidato ao governo?
Fui procurado, sim. Sei que tenho responsabilidade com essa cidade, mas
Reguffe representa uma geração nova. Se eu sair do Senado, ninguém vai
carregar a minha bandeira nacional em defesa da educação como principal
motor do progresso. Com Reguffe no governo, posso continuar o trabalho
da luta pela federalização da educação.
O PDT lançaria seu nome para a Presidência?
Não acredito que o PDT queira ter candidato, apesar da existência de um
movimento que defenda isso. Mas já comuniquei que não serei candidato.
Em 2006, tive 2,5% dos votos, mas deixei a imagem de um romântico
combativo pela educação. Se eu for candidato agora, não passo de 5%. E
vou deixar a imagem de um perseguidor da Presidência. Vou matar a imagem
que construí.
Acredita que Reguffe quer ser candidato ao GDF?
Ele tem dito que quer, mas acha que não está na hora de tomar a
decisão, que ela só deve ser tomada em setembro. Parece perto, mas está
longe do ponto de vista da atração de pessoas para o PDT. Tem gente que
quer ser candidata a distrital pelo partido, mas aguarda a decisão sobre
ter ou não candidato ao governo. Se esperarmos, podemos perder muita
gente.
E o senador Rollemberg? Ele sonha em ter o senhor como aliado na disputa ao governo…
Se o PDT não tiver candidato, vamos ter que discutir a possibilidade de
apoiar o Rodrigo ou o Toninho. Mas preferimos que estejam conosco.
Receia enfrentar o PT pela relação com a militância que sempre fez a sua campanha?
Não digo que não faria isso, até porque já enfrentei o PT em plano
nacional. Mas me incomodaria ver a militância do PT contra o meu nome.
Essa é uma das razões pelas quais eu não fiz campanha no DF em 2006,
apesar de ter apoiado a Arlete. E eu adoraria ver a Arlete candidata a
governadora de novo. Se ela concorresse, eu defenderia o apoio ao PT e a
retomada da aliança em 2014.
O que levou ao seu rompimento com Agnelo?
Ninguém fez mais campanha para o Agnelo do que eu, salvo ele próprio.
Depois da eleição, falei que o PDT tinha um nome para a Secretaria do
Trabalho, que era o Peniel (Pacheco). Mas meu interesse era a educação e
disse que gostaria de ajudar na escolha. Depois, soube pela televisão
que ele nomeou alguém da UnB, que é minha base. Isso me incomodou muito.
O Agnelo me disse que avisasse o Peniel que ele seria secretário. Mas o
deputado Israel Batista veio e negociou uma indicação dele. Foi uma
desmoralização completa. O Agnelo só queria garantir um voto na Câmara,
o resto não interessava.
Reguffe tem discurso forte de corte de gastos e defesa da ética. Não seria preciso avançar para concorrer ao governo?
Reguffe foi meu aluno na UnB, mas ele fez caminho próprio e deu certo. O
povo não quer ouvir que a educação é o motor do progresso, como eu
falo. O povo quer ouvir é sobre o fim de privilégios e de benesses. O
Reguffe representa no Congresso o que o Joaquim Barbosa representa no
Brasil. Essa é a marca.
Fonte: Correio Braziliense - Coluna Eixo Capital - Por Ana Maria Campos e Helena Mader
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