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domingo, 26 de maio de 2013

À QUEIMA-ROUPA: Senador Cristovam Buarque (PDT/DF)

Quais são seus planos para 2014? 

Estou trabalhando com muito afinco para que Reguffe seja candidato ao Governo do DF. 

O senhor é incentivado a ser candidato ao governo? 

Fui procurado, sim. Sei que tenho responsabilidade com essa cidade, mas Reguffe representa uma geração nova. Se eu sair do Senado, ninguém vai carregar a minha bandeira nacional em defesa da educação como principal motor do progresso. Com Reguffe no governo, posso continuar o trabalho da luta pela federalização da educação.

O PDT lançaria seu nome para a Presidência? 

Não acredito que o PDT queira ter candidato, apesar da existência de um movimento que defenda isso. Mas já comuniquei que não serei candidato. Em 2006, tive 2,5% dos votos, mas deixei a imagem de um romântico combativo pela educação. Se eu for candidato agora, não passo de 5%. E vou deixar a imagem de um perseguidor da Presidência. Vou matar a imagem que construí. 

Acredita que  Reguffe quer ser candidato ao GDF? 

Ele tem dito que quer, mas acha que não está na hora de tomar a decisão, que ela só deve ser tomada em setembro. Parece perto, mas está longe do ponto de vista da atração de pessoas para o PDT. Tem gente que quer ser candidata a distrital pelo partido, mas aguarda a decisão sobre ter ou não candidato ao governo. Se esperarmos, podemos perder muita gente. 

E o senador Rollemberg? Ele sonha em ter o senhor como aliado na disputa ao governo… 

Se o PDT não tiver candidato, vamos ter que discutir a possibilidade de apoiar o Rodrigo ou o  Toninho. Mas preferimos que estejam conosco. 

Receia enfrentar o PT pela relação com a militância que sempre fez a sua campanha? 

Não digo que não faria isso, até porque já enfrentei o PT em plano nacional. Mas me incomodaria ver a militância do PT contra o meu nome. Essa é uma das razões pelas quais eu não fiz campanha no DF em 2006, apesar de ter apoiado a Arlete. E eu adoraria ver a Arlete candidata a governadora de novo. Se ela concorresse, eu defenderia o apoio ao PT e a retomada da aliança em 2014. 

O que levou ao seu rompimento com Agnelo? 

Ninguém fez mais campanha para o Agnelo do que eu, salvo ele próprio. Depois da eleição, falei que o PDT tinha um nome para a Secretaria do Trabalho, que era o Peniel (Pacheco). Mas meu interesse era a educação e disse que gostaria de ajudar na escolha. Depois, soube pela televisão que ele nomeou alguém da UnB, que é minha base. Isso me incomodou muito. O Agnelo me disse que avisasse o Peniel que ele seria secretário. Mas o deputado Israel Batista veio e negociou uma indicação dele. Foi uma desmoralização completa.  O Agnelo só queria garantir um voto na Câmara, o resto não interessava. 

Reguffe tem discurso forte de corte de gastos e defesa da ética. Não seria preciso avançar para concorrer ao governo? 

Reguffe foi meu aluno na UnB, mas ele fez caminho próprio e deu certo. O povo não quer ouvir que a educação é o motor do progresso, como eu falo. O povo quer ouvir é sobre o fim de privilégios e de benesses. O Reguffe representa no Congresso o que o Joaquim Barbosa representa no Brasil. Essa é a marca.

Fonte: Correio Braziliense - Coluna Eixo Capital - Por Ana Maria Campos e Helena Mader

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