Ex-presidente teria dito a frase a um experiente senador e
reiterado que o papel do PMDB será o de limpar a sujeira; CPI de Carlos
Cachoeira, que começa nesta quarta-feira, pode ser a mais letal e
sangrenta de todos os tempos
Noblat traz ainda a declaração do senador rondoniense Valdir Raupp,
que preside o PMDB: “Essa pode ser a CPI mais sangrenta da história”.
Prevista para começar nesta quarta-feira, ela aguarda apenas a definição
do relator, que deve ser o deputado Paulo Teixeira (PT/SP).
O
presidente será o senador Vital do Rego (PMDB/PB). Como atores
coadjuvantes, já estão confirmados nomes de peso como os do
ex-presidente Fernando Collor (PTB/AL) e dos deputados-delegados
Fernando Francischini (PSDB/PR) e Protógenes Queiroz (PC do B/SP).
Noblat argumenta que, em geral, CPIs são instrumentos da minoria. E
que governos, em tempos normais, fazem de tudo para impedi-las ou
abafá-las.
Nesta, no entanto, a presidente Dilma Rousseff teria ficado
sem ação diante da pressão do ex-presidente Lula e do ex-ministro José
Dirceu. Ambos teriam interesse, segundo o jornalista, em ofuscar o
julgamento do mensalão, que pode ser julgado ainda no primeiro semestre.
Ou, no mínimo, em provar a veracidade do bordão criado pelo humorista
Chico Anísio: “Sou, mas quem não é?”.
A tese é que todos os partidos se
beneficiam de esquemas de financiamento ilegal de campanhas eleitorais e
que, portanto, é hora de promover uma reforma política – o que não
deixa de ser verdade (leia o artigo “PC, mensalão, Cachoeira...” a respeito).
Em seu artigo semanal, Noblat lembra que a primeira vítima, a Delta,
de Fernando Cavendish, já caiu, mas que muitas outras poderão tombar nas
próximas semanas e meses. “O que fascina numa CPI é que nem o
presidente da República, por mais forte que seja, pode dormir em paz
enquanto ela durar. Um boy, uma secretária ou um motorista são capazes
de tirar o sono do presidente e deixar o país com a respiração
suspenta”, argumenta Noblat.
Será?
Fonte: Brasília 247 - 23 de Abril de 2012 às 10:21
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