Indicado para compor a CPI do Cachoeira na cota do PMDB, o deputado
Luiz Pitiman (DF) é mais um personagem constrangedor dentre os 32
deputados e senadores destacados para investigar as relações do
contraventor com os políticos. Há 20 anos, Pitiman usava seu verdadeiro
nome civil na vida pública, Luiz Carlos Pietschmann, e comandava a Casa
Civil do governo do Acre.
Em 1992, a gestão do então governador do Acre, Edmundo Pinto, viu-se
alvo de uma série de denúncias. Pinto foi convocado para depor na CPI do
Collor, mas na véspera do depoimento, foi assassinado num hotel em São
Paulo. Pietschmann e outros integrantes do governo foram investigados
pelo Ministério Público do Acre por supostas irregularidades e desvios
de recursos, mas o inquérito acabou sendo arquivado por determinação
judicial.
Após esse episódio, Pietschmann transferiu-se para o Distrito
Federal, onde consolidou seu espaço na vida pública local. Uma das
primeiras medidas, no entanto, foi mudar a grafia do nome para “Luiz
Pitiman”, que adota até hoje.
Com o novo nome, ele foi indicado para a presidência da Novacap,
autarquia responsável pela urbanização de Brasília, na gestão de José
Roberto Arruda. Ele estava no comando da entidade quando veio à tona, em
2009, o “mensalão do DEM”, marcado pelas imagens de Arruda recebendo um
maço de dinheiro do então presidente da Companhia de Planejamento do
DF, Durval Barbosa – que viria a se transformar no principal delator do
mensalão do DF.
Em 2010, Pitiman elegeu-se para o seu primeiro mandato de deputado
federal pelo PMDB. No ano seguinte, foi indicado para integrar mais um
cargo no Executivo, desta vez, na gestão do petista Agnelo Queiroz.
Ligado ao vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB), Pitiman assumiu a
Secretaria de Obras do DF. No entanto, rompeu com Agnelo e pediu
demissão do cargo depois que, no comando da pasta de Obras, teria sido
afastado das negociações sobre a construção do estádio que vai sediar os
jogos da Copa do Mundo de 2014 em Brasília.
Agora foi indicado pelo líder do PMDB, deputado Henrique Alves (RN),
para compor a CPI do Cachoeira. Acabou despontando como suposto desafeto
de Agnelo, embora ele negue qualquer desavença com o petista. Este, por
sua vez, é citado em grampos da Polícia Federal na Operação Monte
Carlo, que investiga o esquema do contraventor Carlinhos Cachoeira.
Nessa condição, Agnelo deverá ser convocado pela CPI. Um dos votos
favoráveis poderá vir de seu ex-secretário de Obras.
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