As filmagens foram feitas em reunião dentro da casa de Eri Varela.
O episódio do vazamento de um vídeo
recente, no qual José Roberto Arruda (PR) aparece dizendo ter votos
favoráveis a ele no TSE e no STF, causou constrangimento entre
representantes da coligação União e Força (PR, DEM, PRTB, PMN e PTB).
Afinal, no centro da discórdia, está o advogado Eri Varela, velho amigo e
representante legal de Joaquim Roriz em vários casos e dono da
residência onde a filmagem foi feita — outras duas pessoas aparecem na
gravação, ambas próximas à família Roriz.
Arruda declarou ontem que não fez nada de ilegal na reunião gravada e
se disse assustado com a maldade das pessoas. Por sua vez, a deputada
federal Jaqueline Roriz, candidata à reeleição e presidente do PMN,
disse ter se decepcionado com o advogado, que chamou de “verme”, e
garantiu que ele está afastado de vez do convívio do clã. Varela não
quis comentar sobre o assunto.
Em pronunciamento na tarde de ontem, na sede do PR, Arruda fez alusões
ao vídeo. “Eu fico perplexo com o tamanho da maldade humana.” Depois,
ressaltou que, no futuro, caso seja eleito, quer se afastar de vez das
pessoas que ele definiu como “ovelhas negras”. Jaqueline Roriz, que foi
condenada ao lado de Arruda pelo Tribunal de Justiça do DF e dos
Territórios por improbidade administrativa, em envolvimento nas ações
investigadas pela Operação Caixa de Pandora e é considerada ficha suja
pelo TRE, também participou do evento. Ela afirmou que segue como aliada
do ex-governador. “Esse ser desprezível (Varela), essa cobra, esse
verme, que vai ser banido da minha família como amigo, não vai nos
destruir. Arruda, esse verme (Varela) está fora da nossa convivência”,
discursou.
Divulgado na imprensa no mesmo dia do julgamento de Arruda no TSE, o
vídeo é visto pelos aliados do ex-governador como uma situação
premeditada. “Foi a atitude de um bandido esse vazamento. O Arruda não
deveria ter ido à casa desse advogado, pois ele não tem nada a somar na
campanha. Mas, na gravação, não vi nenhum comentário que pudesse
comprometer alguém no Judiciário. Foi uma conversa normal. Isso não
abala a união do nosso grupo”, defendeu o ex-deputado Alberto Fraga
(DEM).
Procurado pela reportagem do Correio, o advogado Eri Varela não quis
comentar as circunstâncias nem o motivo da gravação. Também não falou
sobre as declarações feitas por Jaqueline Roriz. “Não vou comentar nada
sobre esse caso e nem sobre opiniões dadas por pessoas em um momento de
emoção”, disse.
Fonte: Correio Braziliense.
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