Comissão
da Câmara Legislativa se reúne hoje para decidir o que fazer sobre o
processo do distrital. O mais provável é que algum colega defenda o
deputado no caso de quebra de decoro parlamentar.

Em outubro do ano passado, Benedito foi condenado pelo Conselho
Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
(TJDFT) por favorecer empresas de própria família na contratação da
ornamentação natalina de 22 cidades do DF em 2008. A condenação de
segunda instância levou a Câmara Legislativa a retomar investigação que
existia contra o parlamentar, suspensa desde 2012. A decisão foi tomada
em novembro do ano passado.
Domingos prorrogou por 45 dias decisão sobre seu defensor
O investigado apresentou solicitação de tempo extra na véspera do
encerramento do prazo regimental para entregar a documentação, no fim de
fevereiro deste ano. Ele alegou ter enfrentado problemas de saúde desde
o término de 2013, o que teria atrapalhado na elaboração da defesa. A
assessoria do parlamentar explicou que ele queria acompanhar a
fundamentação do processo. O pedido entregue ao presidente da Comissão
de Ética, Dr. Michel (PP), foi de 30 dias a mais para concluir o
trabalho.
Uma consulta feita pelo colegiado à Procuradoria da Casa teve como
resposta uma negativa à solicitação. Segundo um parecer da área
jurídica, não existia previsão no Regimento Interno de extensão do prazo
para defesa por escrito. Nesse sentido, a maioria dos deputados
componentes do conselho votaram por definir um defensor dativo para
Benedito Domingos (Dr. Michel, o petista Patrício, o pedetista Joe Valle
e o petecista Agaciel Maia, do PTC, foram favoráveis, enquanto Olair
Franscisco, do PTdoB, se absteve).
A partir daí, os fatos caminharam lentamente. Primeiro, Dr. Michel
consultou os colegas parlamentares (com exceção dos membros da comissão)
se alguém se oferecia para representar a defesa do investigado. Ninguém
quis. A partir da negativa, em 14 de abril, mais de um mês depois da
decisão da comissão, ele encaminhou uma solicitação formal à Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB) para indicar um defensor a Benedito Domingos.
No fim de abril, a entidade respondeu que não poderia atender o pleito,
já que o deputado não preenche o requisito de falta de capacidade
financeira para ser representado por um dativo.
A manobra da defesa de Benedito Domingos surtiu efeito. Passaram-se
mais de 30 dias úteis desde que a Comissão de Ética negou o prazo extra.
Juntando-se o novo prazo que o defensor terá para apresentação da
defesa (15 dias), o tempo será bem mais extenso do que o esperado. Hoje,
o colegiado decide o que fazer com o imbróglio. O relator do caso,
Patrício, vai defender que Dr. Michel repita ação que ocorre no
Congresso Nacional, no qual o presidente do conselho indica um deputado
para defender o investigado.
Fonte: Almiro Marcos - Correio Braziliense.
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