Líder do PMDB ataca Rui Falcão e defende fim da aliança com o PT
Em fev.,
líderes de partidos do "blocão" se reúnem na casa de Eduardo Cunha,
primeiro da dir. para esq.
Líder do PMDB na Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ) defendeu nesta
terça-feira (4) o rompimento da aliança nacional do partido com o PT.
Com críticas ao presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão,
Cunha disse que o PMDB "não é respeitado pelo PT" – por isso os
peemedebistas devem repensar a união com o principal aliado para as
eleições de outubro. "A cada dia que passo me convenço mais que temos de
repensar está aliança, porque não somos respeitados pelo PT", afirmou
em seu perfil no Twitter.
Em entrevista à Folha, o peemedebista reiterou as críticas e a defesa
do fim da aliança ao afirmar que Falcão desrespeitou o PMDB ao fazer
críticas a lideranças da sigla. "Não preciso xingá-lo como fizeram
outras lideranças do PMDB porque não sou igual a ele. Mas por onde passa
o Rui Falcão, mais difícil fica a aliança", afirmou.
Cunha reagiu a supostas declarações do presidente do PT que, durante
sua passagem no Sambódromo no último domingo, teria afirmado que o grupo
liderado pelo deputado peemedebista está "insatisfeito" porque não foi
contemplado na reforma ministerial da presidente Dilma Rousseff.
O deputado disse que a bancada do PMDB da Câmara, como decidiu
coletivamente, não vai indicar nenhum nome na reforma ministerial mesmo
que o governo decida contemplá-la com uma pasta no primeiro escalão. "A
bancada do PMDB na Câmara já decidiu que não indicará qualquer nome para
substituir ministros. Pode ficar tudo para o Rui Falcão", alfinetou.
Cunha também disse que Falcão age de "má fé" ao propagar versão de que a
ala ligada ao deputado esteja negociando a liberação de emendas
parlamentares para destrancar a pauta de votações da Câmara. "Não me
compare com o que o partido dele fazia no RJ, doido atrás de boquinhas",
disse o peemedebista. O presidente do PT não foi encontrado para
comentar as declarações de Cunha.
AMEAÇAS
Liderada por Cunha, a bancada do PMDB da Câmara decidiu adotar postura
"independente" nas votações no Congresso desde que Dilma manifestou a
intenção de retirar do grupo uma pasta na reforma ministerial. Os
deputados decidiram não indicar nenhum nome à presidente e articulam a
formação de um "blocão" com partidos insatisfeitos com o PT.
O grupo, capitaneado pelo PMDB, somaria mais de 250 dos 513 deputados –
reunindo congressistas do PP, PR, PTB, PDT, Pros, PSC e o oposicionista
Solidariedade. Os governistas atacaram a falta de interlocução com o
governo, o rompimento de acordos para o pagamento das chamadas emendas
parlamentares, a interferência do Planalto na pauta da Casa, além de
privilégios ao PT e tratamento diferenciado para aliados no Senado
–dentro do próprio PMDB.
A presidente Dilma Rousseff deve indicar o senador Vital do Rego
(PMDB/PB) para o Ministério do Turismo, gesto que agrada à bancada do
partido no Senado. Em contrapartida, não pretende manter sob o comando
do PMDB da Câmara duas pastas que hoje são ocupadas por indicados da
bancada: Turismo e Agricultura.
Paralelamente, PT e PMDB enfrentam problemas no Rio de Janeiro depois
que os petistas confirmaram o lançamento da candidatura do senador
Lindbergh Farias (PT/RJ) ao governo do Estado. O PMDB vai lançar o
vice-governador Luiz Fernando Pezão, que não tem o apoio dos petistas.
Em retaliação à candidatura de Lindbergh, parte do PMDB fluminense
ameaça apoiar o presidenciável Aécio Neves (PSDB) – provável adversário
da presidente Dilma Rousseff. Falcão acompanhou o desfile no Sambódromo,
no domingo, no camarote do governador Sérgio Cabral (PMDB). No
Sambódromo, Pezão voltou a prometer apoio à reeleição de Dilma Rousseff
(PT).
Fonte: GABRIELA GUERREIRO - Coluna Poder
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