Tucanos brasilienses apostam em união, contra o PT, de correntes tradicionais da política do DF
Com poucos partidos na oposição aos governos local e federal, o
palanque brasiliense de Aécio Neves segue indefinido para a disputa à
presidência da República. Com os tradicionais DEM e PSDB sem a força de
outros tempos e sob a sombra de Eduardo Campos e sua vice de chapa
Marina Silva (ambos do PSB), o tucanos trabalham contra o tempo para
unir a oposição aos governos petistas e tentar a volta aos principais
cargos do Executivo.
Pré-candidato ao Buriti pelo PSDB, o deputado federal Izalci Lucas
afirma que a prioridade do partido será voltar à Presidência da
República e que a oposição do Distrito Federal estará toda no palanque
de Aécio Neves, durante a disputa das eleições. “Quem não é petista em
Brasília vota no Aécio Neves, além do funcionalismo público que está
insatisfeito com o atual governo”, acredita o deputado federal.
Nomes tradicionais
Izalci admite que ainda não há definição sobre que estará apoiando o
senador, mas acredita que nomes tradicionais da política brasiliense
poderão dar o tom dos apoios aos presidenciáveis.
“Os eleitores que votam nos ex-governadores Joaquim Roriz (PRTB) e
José Roberto Arruda (PR), tradicionalmente são eleitores do PSDB para
presidente. Então, não vai faltar apoio ao senador Aécio em Brasília”,
analisa Izalci.
O cenário de apoio petista, segundo o deputado federal, também não
está definido. Para o tucano, a insatisfação de partidos que fazem parte
da base do governador Agnelo Queiroz poderá beneficiar Aécio,
especialmente se houver um racha, próximo as eleições. “Muitos partidos
que ainda estão na base não saíram por conveniência de governo, já que
possuem cargos dentro da atual gestão. Muitos deles ainda vão sair”,
prevê o deputado.
Dilma será afetada
A reeleição da presidente Dilma Rousseff, que na eleição de 2010 foi
derrotada no DF pela então candidata Marina Silva, poderá ser afetada
pelo desempenho do atual governo, diz Izalci. “Há insatisfação por parte
da população com áreas como a saúde, educação e segurança. Tanto o
governador quanto o vice Tadeu Filippelli assinaram, quando ainda eram
candidatos, compromissos onde fizeram várias promessas que não foram
cumpridas. Foi esse o motivo que levou os senadores Rodrigo Rollemberg
(PSB) e Cristovam Buarque (PDT) a romperem com o Buriti”, afirma o
deputado.
Apoio de Roriz é a expectativa
O clã Roriz ainda não se definiu por quem deverá apoiar nas
próximas eleições. Mas os tucanos locais acreditam em uma tendência
para que vote em Aécio Neves. Pessoas próximas a Joaquim Roriz afirmam
que seu clã tem afinidade tanto com o tucano quanto com Eduardo Campos,
mas deverá pesar a antiga simpatia com os tucanos.
O único problema, segundo a fonte, é a falta de espaço que o
pré-candidato dá ao ex-governador. Percebendo o ocorrido e diante da
presença da filha de Joaquim Roriz, a também possível candidata ao
governo, Liliane Roriz (PRTB), Aécio fez em seu discurso durante
encontro do partido no DF, “mea-culpa” sobre a ausência de diálogo entre
ele e o chefe do clã, elogiando o período em que ele passou a frente da
governo.
Sem ser recebido
Antes de ir para o PRTB, do ex-senador Luiz Estevão, Roriz teria
tentado ingressar no PSDB, mas não foi recebido por Aécio para
conversar. Mesmo diante desse episódio e com a participação de Liliane, o
ex-governador deverá mesmo abrir espaço no seu palanque ou da sua filha
para a candidatura do tucano.
A deputada distrital e também pré-candidata ao governo Eliana Pedrosa
(PPS) abrirá espaço tanto para Aécio Neves quanto para o pernambucano
Eduardo Campos.
Ponto de vista
Se a briga para definir quem será o candidato a governador entre
Izalci e seu companheiro de legenda Luiz Carlos Pitiman já está dando o
que falar, o anúncio da pré-candidatura do ex-secretário de Obras Márcio
Machado, ao Buriti colocou o tucanato local em chamas. A decisão de
Machado veio com sua absolvição no processo de dispensa de licitação na
reforma do Ginásio Nilson Nelson para a Copa do Mundo de Futsal, em
2008. Com isso, os três nomes serão levados a disputas internas.
“A candidatura do Pitiman é legítima, mas ele só participou de uma
eleição e poderia tentar mais tarde. Quanto ao anúncio do Márcio,
acredito que ele fez o anúncio para unir o partido, colocando seus
apoiadores e os meus juntos nas prévias”, declara Izalci Lucas.
Fonte: Jornal de Brasília - Suzano Almeida - suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br / Postado por Donny Silva.
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