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sábado, 5 de outubro de 2013

Operação Miquéias: Agenda de doleiro expõe políticos e empresários

 Anotações foram encontradas em um dos carros de luxo de Fayed

A agenda pessoal de Fayed Antoine Traboulsi é a chave para a Polícia Federal e o Ministério Público abrirem novas frentes na investigação que resultou na Operação Miquéias. As anotações apreendidas em março deste ano, num dos carros de luxo do doleiro, contêm informações que sugerem o repasse de dinheiro sujo a políticos e empresários de todo o país. O caderno cita, por exemplo, o nome do deputado federal Eduardo Gomes (PSDB/TO), atualmente licenciado, como suposto beneficiado do esquema administrado por Fayed.

Os investigadores se debruçam sobre as anotações de Fayed a fim de desvendar outras ramificações de uma organização criminosa influente em todas as esferas de poder. A agenda foi apreendida dentro de uma mochila, no banco traseiro de uma BMW, durante a Operação Infiltrados, que apurou a interferência de Fayed em ações da Polícia Civil. Na ocasião, a ação do Núcleo de Combate às Organizações Criminosas (Ncoc), do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT), prendeu os delegados Paulo César Barongeno e Sandra Maria Silveira. Eles são acusados de tentar mudar os rumos de uma investigação de lavagem de dinheiro, cujo alvo era Fayed.

Além de Eduardo Gomes, o deputado federal Waldir Maranhão (PP-MA) foi flagrado conversando, por telefone, com Fayed. O suposto envolvimento dos políticos levou a Justiça Federal a determinar o envio do processo para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Procuradoria-Geral da República. Todos os grampos telefônicos da PF foram feitos com autorização judicial.

Na decisão de encaminhar o inquérito ao STF, o desembargador Cândido Ribeiro citou a agenda como uma prova importante na apuração do suposto esquema. “A existência de lançamento de valores registrados na agenda pessoal daquele investigado aponta para o possível envolvimento desses parlamentares federais com objetivos na organização investigada”, destacou o magistrado, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. 

Prefeituras envolvidas 

No último dia 19, Fayed, os dois delegados e o policial civil aposentado Marcelo Toledo foram detidos durante a Operação Elementar do Ncoc e da Polícia Federal — deflagrada no mesmo dia da Operação Miquéias. Outras 18 pessoas foram presas acusadas de participação em suspostos desvios de recursos públicos de prefeituras municipais para fundos previdenciários criados e a empresas de fachada.

Fonte: Correio Braziliense - Por Saulo Araújo

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