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18 votos a favor, três contra e duas abstenções, a Câmara Legislativa
do Distrito Federal cassou nesta quarta-feira, 30, o mandato do deputado
Raad Massouh (PPL). O agora ex-distrital tentou de todas as maneiras se
salvar, tendo inclusive entrado com recursos na justiça, mas nada
impediu que o parlamentar perdesse o mandato. Massouh é acusado de
desviar recursos públicos de uma emenda liberada por ele em 2010.
Ao longo da tarde, a expectativa era para que a votação fosse rápida. Mas o que se viu foi um Raad esperançoso de um lado do Plenário, e do outro, os seus pares, que seriam responsáveis por cassar o terceiro distrital da história da CLDF através do voto secreto.
“Eu não sei o porquê estou aqui, nem de que estou sendo acusado. Estão cometendo uma injustiça”, disse Raad, pouco antes de entrar no Plenário acompanhado de sua esposa.
Após a leitura do relatório do relator Joe Valle (PDT), alguns parlamentares fizeram o uso da palavra. Os petistas Patrício, Chico Vigilante, Chico Leite e Dr. Michel (PP) foram à tribuna para explicar as razões que levaram a CLDF prosseguir com o pedido de cassação do distrital.
“Nós analisamos uma série de documentos, e esse processo é fruto do envolvimento do deputado Raad com dois marginais”, disparou Vigilante.
Já Chico Leite (PT) reafirmou sua decepção com a decisão do TJDFT em obrigar a votação secreta na CLDF. Para o parlamentar, a Casa não pode se submeter a isso e que o momento não era de se fazer um julgamento político, e sim em cima dos documentos apresentados aos parlamentares.
“Eu não participo de julgamento político, pois quem deve fazer isso são os eleitores, nas urnas”, enfatizou o petista.
Decisão: Após os deputados usarem a tribuna, o presidente Wasny de Roure (PT) deu inicio à votação. Mesmo com todo o processo explicado detalhadamente pela Mesa Diretoria aos parlamentares, houve confusão. No final da primeira votação, o resultado foi anulado, por ter sido encontrada uma cédula a mais na urna colocando em dúvida o resultado. Antes do encerramento da primeira votação, suspeitava-se que Raad não iria esperar o final, o distrital cassado saiu do plenário com a esposa, mas no meio da segunda votação, Raad se retirou. Após nova votação, a cassação de Massouh foi confirmada.
Investigação: Após a divulgação do resultado da votação, o deputado Chico Leite (PT) afirmou que uma sindicância deveria ser feita para saber por que 24 envelopes foram encontrados na urna. Pedido que foi feito também por Celina Leão (PDT). De acordo com o presidente Wasny, os parlamentares serão atendidos.
Bilhete: Durante a sessão que encerrou a vida política de Raad Massouh, foi possível ver o presidente de seu partido, o PPL, circular livremente pelo Plenário da Casa. Envolvido em uma polêmica, Marco Antônio Campanella, que também dirige o DFTrans, é acusado de usar a estrutura governamental para fazer política eleitoreira.
Durante a sessão, Campanella fez algumas anotações, prevendo quem votaria pela salvação de Raad a pedido do governado Agnelo Queiroz.
“O governador nunca pediria isso, e se pedisse eu diria não. O Campanella não tem direito de falar por mim e por nenhum parlamentar desta Casa”, bradou Chico Vigilante, apoiado por Arlete Sampaio e Patrício.
Cassado: Raad Massouh é o terceiro parlamentar a perder o mandato na história da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Antes dele, Carlos Xavier e Eurides Brito tiveram seus mandatos retirados por seus pares. Mesmo apelando para a emoção e para a consciência, Raad, que se disse vítima de perseguição pelo MP e pela Polícia e acusou uma suposta vingança de alguns desafetos na Câmara, não conseguiu segurar o seu mandato. A partir deste momento, quem assume é o seu suplente, Paulo Roriz.
Fonte: Guardian Notícias - Por Ricardo Faria - redacao@guardiannoticias.com.br
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