A demissão de Abimael Nunes da Secretaria de Publicidade do Governo do Distrito Federal, foco de idas e vindas em Notibras ao longo dos últimos oito dias, provocou um racha irreversível no PT de Brasília. Tanto, que diferentes correntes do partido começam a se mobilizar para criar na Câmara Legislativa a CPI dos Fakes. Diretamente interessada no assunto, a oposição manifesta total apoio à iniciativa.
Se, de um lado, o ainda obscuro episódio da saída de Abimael Nunes pode
refletir e levar à queda de outros assessores diretamente ligados a
Agnelo Queiroz, de outro provocou uma espécie de sentimento de ‘alma
lavada’ em duas figuras que costumavam ocupar o noticiário como lobos em
pele de cordeiro.
Fica claro que Cláudio Monteiro (secretário da Copa) e o publicitário
Marcelo Lopes de Oliveira, da agência Plá de Comunicação, não têm, como
nunca tiveram, nenhuma responsabilidade com a crise de imagem que atinge
o Palácio do Buriti. Os pais dos fakes gerados em bacanais palacianos,
esses sim, são os principais responsáveis pela Torre de Babel em que se
transformou a área de comunicação do Buriti.
Numa tentativa de evitar uma desgastante Comissão Parlamentar de
Inquérito, com consequências imprevisíveis em um ano pré-eleitoral,
Agnelo está propenso a atender algumas das reivindicações de grupos
contrariados com a saída de Abimael Nunes. Entre elas, a extinção da
Secretaria de Publicidade, antecipada na semana passada por Notibras,
entregando todo o comando da Comunicação Social ao jornalista Ugo Braga,
um calouro petista que soube vestir a camisa com a cor do partido sem
precisar de muitos ajustes.
Respeitada essa ótica, o governador não deve deixar o agora demitido
secretário de Publicidade desempregado. Para Abimael Nunes estaria
reservada a articulação política não do governo, mas da pessoa do
governador. A ele seria confiada toda a estratégia de reeleição de
Agnelo.
O aproveitamento de Abimael na equipe palaciana agrada ao deputado
Wasny de Roure. Responsável pela indicação do secretário de Publicidade
na ‘partilha de cargos’ pós-eleição, o presidente da Câmara demonstraria
reciprocidade ao Palácio do Buriti, tentando, na condição de comandante
do Legislativo, sepultar o sonho da CPI que hoje une governistas e
oposicionistas.
Confirmada a permanência do ex-secretário de Publicidade na equipe,
embora em outro cargo, caberia a Abimael uma nova tarefa: articular
politicamente (inclusive como responsável por essa área no governo) a
ida de Wasny para o Tribunal de Contas do Distrito Federal. Herdeiro do
caos que reina no Buriti, Ugo Braga, agradecido, também entraria nessa
trincheira em defesa de Wasny, atuando, ao mesmo tempo, como bombeiro
para apagar a ideia de investigação dos fantasmas das redes sociais.
Fonte: Notibras
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