A antecipação da corrida eleitoral e os protestos nas ruas são
responsáveis pelo freio de arrumação na política. Candidaturas são
lançadas bem antes do tempo. O corre-corre é tentativa de viabilizar uma
aliança forte para 2014. São conchavos bem longe do povo.
São muitos os pré-candidatos. E algumas chapas começam a clarear. O
governador Agnelo Queiroz (PT) terá o desfalque do vice, Tadeu
Filippelli (PMDB), que está sendo assediado a sair contra o seu
companheiro de 2010.
A vaga de vice de Agnelo estará aberta para uma nova composição. A do
Senado deve ser ocupada pelo deputado federal licenciado e secretário de
Desenvolvimento Urbano e Habitação, Geraldo Magela (PT).
Geraldo Magela deve vencer a disputa interna pela indicação com o deputado
distrital Chico Leite (PT). Ambos seriam preteridos. O plano A era
atrair o deputado federal José Antônio Reguffe (PDT). Conversas entre o
deputado e o governador aconteceram. A atração foi mútua.
As manifestações nas ruas deram o fim as conversas. José Antônio Reguffe está bem
cotado para a própria cadeira de Agnelo. Também é sempre citado para
disputar o Senado. Em conversas particulares, analisa que seu eleitorado
o quer no Palácio do Buriti.
Escanteado pelo PT, Chico Leite tem convite da Rede Sustentabilidade,
partido de Marina Silva. É candidato ao Senado. Mas não descarta sair ao
governo ou compor uma chapa como candidato a vice.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB) é candidato ao Buriti. Quem atrair
nomes e partidos mais a esquerda para empunhar a bandeira da ética na
política. Entre as legendas estão o PDT, o PSol, o PPS, a Rede, além do
próprio PSB.
Rodrigo desenha uma chapa com Chico Leite como vice-governador e
Reguffe, senador. Teria ainda ao seu lado o senador Cristovam Buarque
(PDT), o deputado federal Augusto Carvalho (PPS), o terceiro colocado ao
GDF em 2010, Toninho do PSol, e a ex-deputada federal Maninha (PSol).
José Antônio Reguffe não aceita. E se abraça nas pesquisas para justificar. Diz que está melhor posicionado que Rodrigo. Se fosse compor a chapa, acha que ele deveria ser o candidato a governador. Se o bate-pé for sério, um outro nome seria escolhido. Chico poderia ir para o Senado e Toninho assumir a vice.
José Antônio Reguffe não aceita. E se abraça nas pesquisas para justificar. Diz que está melhor posicionado que Rodrigo. Se fosse compor a chapa, acha que ele deveria ser o candidato a governador. Se o bate-pé for sério, um outro nome seria escolhido. Chico poderia ir para o Senado e Toninho assumir a vice.
Mais a direita de Agnelo, temos o rompimento oficial do PTB ao governo.
O senador Gim Argello deixa a base aliada atirando no governador.
Anunciou candidatura à reeleição. Não esconde que o vice, Tadeu
Filippelli, é o seu candidato à sucessão de Agnelo. Para compor a chapa,
tenta seduzir a deputada Liliane Roriz (PSD).
Tadeu Filippelli está à frente de muitas ações no governo. Se considera
atendido e em zona de conforto. Acha que ainda não é hora de abandonar
Agnelo. Licitação dos transportes, Metrô, Novacap, Secretaria de Obras e
o novo Centro Administrativo do GDF seguram Filippelli no Buriti.
As aparições públicas de Agnelo e Filippelli servem de cortina de
fumaça. O assédio em cima do vice é muito grande. Mas ele teme deixar a
base aliada, cair nos braços do seu antigo grupo político e depois ser
abandonado. Os ex-governadores Joaquim Roriz e José Roberto Arruda põe
em dúvida a fidelidade do ex-aliado. O PT nutre o mesmo sentimento.
Os nomes não acabam. Eliana Pedrosa (PSD) e Pitiman (ainda no PMDB)
surgem como terceira via. A mudança de partido poderia viabilizar a
candidatura de um ou do outro. O PSDB, por exemplo, precisa de um nome
forte para montar palanque ao presidenciável Aécio Neves.
O setor produtivo de Brasília voltou a falar nos últimos dias no
ex-governador Paulo Octávio para concorrer ao GDF. Se Filippelli for
jogado às feras, poderia substitui-lo na chapa organizada por Gim
Argello.
Joaquim Roriz e Arruda estariam fora da disputa. O primeiro por questão
de saúde. Por mais que negue, não teria condições de disputar uma
eleição pesada como a de 2014. A própria família colocaria juízo no
ex-governador. Para não dispersar o grupo e animar a militância, Roriz
usa estratégia de se manter candidato.
As manifestações na rua podem atrapalhar o caminho de José Roberto Arruda. O
julgamento da Caixa de Pandora deve ser acelerado como resposta aos
protestos. Além disso, se os protestos foram fortes durante a Copa das
Confederações, prometem ser mais intensos na Copa do Mundo. O reflexo na
campanha eleitoral é óbvio.
Ganha quem melhor conseguir se comunicar com as ruas. Abraçar suas
bandeiras. Se desvincular da política tradicional. Não será tarefa fácil
para quem está acostumado a fazer política em gabinetes, de costas para
o povo.
Fonte: Blog do Ricardo Callado
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