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terça-feira, 30 de julho de 2013

Fusão abortada: De um lado e de outro, no DF todos torcem contra


Por Daniel Cardoso - Após a decisão do PMN de desistir da fusão com o PPS, ficaram claras as diferenças entre as duas legendas. No DF, membros dos dois partidos se dizem satisfeitos com o recuo na união, que criaria a Mobilização Democrática e tentaria atrair, assim, parlamentares insatisfeitos com os próprios partidos. Para o presidente do diretório regional do PPS no Distrito Federal, Francisco Andrade, a fusão poderia ser positiva nacionalmente, com o partido buscando mais espaços. Entretanto, Andrade não via com bons olhos o alto risco de a nova legenda ser presidida por Jaqueline Roriz. Ele admite que nunca foi favorável à mudança.

HISTÓRIAS DIFERENTES

“Em Brasília, teríamos problemas. O PMN pode até ter uma cultura de ativismo, militância, mas o PPS teria que se vincular a uma figura com história completamente diferente e maculada por denúncias”, disparou. “Sem a fusão, nos sentimos mais à vontade. Até tentamos o diálogo, mas não tivemos sucesso”, afirmou. Do outro lado, a deputada federal Jaqueline Roriz afirmou estar “feliz com a decisão da executiva nacional do partido”. Para ela, as ideologias não poderiam ser conciliadas. “Nós do PMN acreditamos na aliança visando o fortalecimento das bases nos Estados e municípios, uma forma de trazer novos vereadores, alianças e filiações”, avaliou.

OUTROS RUMOS

Os dois distritais do PPS na Câmara Legislativa do DF, Cláudio Abrantes e Alírio Neto, desfiliaram-se em dezembro do ano passado, após a legenda abandonar a base governista. O PMN também não é representado na CLDF e vive situação semelhante ao PPS. Nas últimas eleições, Celina Leão conseguiu sua vaga pelo partido, mas deixou a legenda em direção ao PSD, na época recém criado.

Objetivo era vitaminar a bancada

A união entre os dois partidos poderia resultar em uma bancada com mais força na Câmara Federal. Atualmente, o PPS conta com 11 deputados, enquanto o PMN possui três. Com a soma dos parlamentares, a MD poderia ficar à frente de PCdoB e PV, por exemplo, com 14 representantes. No Senado, nenhum deles tem representantes. A entrada de deputados já eleitos faria o número crescer ainda mais, tornaria a legenda mais relevante em todo o Brasil e daria até mais tempo no horário eleitoral na campanha do ano que vem.

OLHO NO PLANALTO

Até mesmo o ex-governador de São Paulo José Serra era especulado no novo partido e poderia ser candidato à presidência, já que, no PSDB, o nome forte é Aécio Neves. A decisão pela fusão ocorreu em abril e aguardava o registro no Tribunal Superior Eleitoral. Os dois motivos que fizeram o PMN recuar na criação do novo partido foram as divergências entre integrantes dos diretórios regionais e também pelo fato de que o PPS ainda esperava um parecer do TSE.

A consulta ao Tribunal foi estimulada pelo PSD, que questionava a possibilidade de parlamentares migrarem ao novo partido sem que ficasse configurada a infidelidade partidária. O PPS lamentou, em nota, a decisão do PMN, mas insistiu que o partido continuará firme na oposição ao governo federal do PT.

Fonte: Jornal de Brasília

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