Só falta ser comparado ao juiz Nicolau, digo, Lalau
É impressionante. Ele não é político nem se diz candidato, mas todos os
presidenciáveis o temem. Enquanto a imagem dos políticos tradicionais
vem descendo a ladeira, os protestos nas ruas tiveram o efeito colateral
de aumentar a popularidade dele. E ninguém sabe o que fará o ministro
Joaquim Barbosa. Se sairá candidato ou não.
Daqui para frente, porém, toda pesquisa eleitoral terá de incluir o
nome dele, caso contrário os resultados vão parecer mais falsos do que
uma nota de três dólares. Mesmo sem se lançar, já conta com a intenção
de voto de significativa parcela do eleitorado. E o resultado do
crescimento de seu prestígio já provoca fortes reações na internet, onde
floresce uma sólida campanha contra Barbosa.
Como todos os presidenciáveis o temem, ninguém sabe de onde está
surgindo essa onda de ataques à probidade do ministro Joaquim Barbosa.
Aqui no Blog da Tribuna, por exemplo, é um verdadeiro festival. Todo dia
são postados ácidos comentários denegrindo a honorabilidade dele. Os
mais recentes dão conta de que Joaquim Barbosa comprou “um apartamento
luxuoso em Miami”, segundo uma matéria da Folha.
Assinada por Matheus Leitão e Rubens Valente, a reportagem dá conta de
que Barbosa realmente comprou um apartamento em Miami, avaliado em R$ 1
milhão. O que causa estranheza é que essa matéria está sendo
reproduzida na web como se fosse um grande escândalo. Tal repercussão
-mais do que exagerada – mostra a que ponto chegamos, porque
apartamento por R$ 1 milhão, em Miami, só pode ser um quarto e sala.
O fato é que a campanha contra Barbosa é implacável. O pente fino que
estão passando em sua viva/carreira é de um rigor raramente visto na
mídia brasileira. Está sendo pior do que a situação vivida por Leonel
Brizola no início do regime militar, quando teve sua trajetória política
e pessoal vasculhada de alto a baixo, sem que nada encontrassem de
desabonador.
Detalhe importantíssimo: essa perseguição a Barbosa está tendo efeito
contrário. Ao invés de desestimulá-lo a disputar a eleição, está
motivando-o a concorrer. E não faltam partidos a assediá-lo. Mas ele tem
tempo. A legislação permite que magistrado somente se desincompatilize e
se filie a algum partido quatro meses antes da eleição. Ou seja, até o
dia 4 de junho de 2014.
Até lá, Joaquim Barbosa pode continuar presidindo o Supremo e mostrando
serviço, fora da disputa, enquanto os outros presidenciáveis se
digladiam, abrindo caminho para sua atropelada por fora, como se diz na
linguagem turfista.
Fonte: Carlos Newton/Tribuna da Imprensa/Blog Gama Livre
Nenhum comentário:
Postar um comentário