O senhor vai assumir o comando do PRTB em Brasília. Como será a organização do partido?
Estou organizando o diretório do PRTB, mas não vou assumir nenhum
cargo na executiva. Indicarei todos os membros do partido e estou
organizando a ação política.
Então o senhor vai ser o dono do PRTB em Brasília?
Dono é uma palavra muito forte, o partido não tem dono.
Mas o senhor vai ter liberdade para decidir os rumos do partido no ano que vem, não?
Sim, a nível local, terei total liberdade.
Qual é o projeto do PRTB para a capital?
O PRTB não vai apoiar nenhum candidato a governador no ano que vem. O
partido terá 48 candidatos a distrital e 16 a federal. E eu vou para a
rua fazer campanha e pedir votos para a legenda. A meta é fazer entre
120 e 140 mil votos, mais 60 mil votos para a legenda, elegendo quatro
distritais e um federal. Não teremos candidato ao Senado.
Por que não ter candidato a governador?
Quando você se alia com a proposta de um candidato a governador, isso
dificilmente beneficia o candidato a um cargo proporcional. As
coligações têm ficado tão grandes que, geralmente, um candidato a
governador tem mais ou menos 500 candidatos ligados a ele. Nosso filiado
vai poder trabalhar com o candidato a governador que ele quiser.
O senhor acredita que ainda tem um eleitorado fiel?
Com certeza. As pesquisas que incluem meu nome como potencial candidato
majoritário me dão entre 200 e 240 mil votos. Isso não vai ocorrer,
porque estou inelegível até 2022.
O senhor foi cassado e tem problemas com a Justiça. Essa exposição para um político é pesada. Como mantém esse eleitorado?
Primeiro, pela lembrança do meu trabalho como distrital. Apesar de todo
esse arsenal de notícias negativas e do excesso de pancadas, muita
gente coloca em dúvida a credibilidade dessas acusações contra mim.
Algum de seus filhos será candidato?
Minha filha Fernanda é a presidente do partido, mas nenhum dos meus
filhos será candidato, até porque isso atrapalharia a atração de
políticos para o PRTB.
O senhor vai colocar a mão no bolso para financiar esses candidatos?
Eu pretendo sim, dentro da lei, investir na campanha desses candidatos, fazendo doações.
A montagem dessa bancada é uma forma de voltar para a política e influenciar os rumos da cidade mesmo sem ter mandato?
Apesar de eu estar afastado da vida política há 13 anos, todos os
personagens da política do DF hoje são meus contemporâneos. O cenário
político mudou muito pouco então, apesar do meu afastamento, não fiquei
nem alienado nem defasado.
Fonte: Correio Braziliense - Por Ana Maria Campos e Henela Mader
Nenhum comentário:
Postar um comentário