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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Sucessão da CLDF : No xadrez político o governador movimenta as peças erradas

Será que Agnelo fez o jogo certo?  

Por trás do lançamento da chapa Wasny de Roure e Agaciel Maia, que irá disputar a eleição para os cargos de Presidente e vice Presidente da CLDF, reside uma manobra digna de um grande enxadrista.

A movimentação do “Mestre” Agnelo Queiroz no tabuleiro da Câmara não só visa produzir o resultado evidente da eleição dos escolhidos por ele, como também serve de ação preparatória para colocar o deputado Chico Vigilante na Mesa em 2013.

É sabido, que para o chefe do executivo, nem às candidaturas dos deputados Patrício e Chico Leite, apesar de serem seus partidários, lhe agradavam, e ainda, que na cabeça do deputado Wasny Roure só haveria ou há o pensamento no Tribunal de Contas do DF.

Nesse contexto, a jogada do “Mestre” Agnelo, garantiria no primeiro instante, a manutenção do comando da Casa ao Partido dos Trabalhadores, deixando para março de 2013, a aplicação do xeque-mate, ou seja: alçar o deputado Wasny de Roure a Conselheiro do TCDF, abrindo a vacância da presidência da Câmara, que seria ocupada, de pronto, pelo Vice Agaciel Maia, que na verdade é o seu candidato preferido para dirigir o legislativo local. A partir daí, entraria em jogo o deputado Chico Vigilante, que concorreria, numa nova eleição específica, para a vaga deixada por Agaciel.

Assim tudo se resolveria a gosto do “Mestre”: Wasny no TCDF, Agaciel e Vigilante, respectivamente, presidente e vice da CLDF.

Apesar de toda engenhosidade aplicada, o Governador Agnelo corre o sério risco de perder o jogo. No seu plano, faltaram sensibilidade política e conhecimento do regimento da Casa.

Rebelião - Mesmo tendo uma ampla maioria de parlamentares na sua base de sustentação, o governador esqueceu que não dá pra impor suas vontades goela abaixo de nenhum deputado, ainda mais quando se trata de um tema exclusivamente de âmbito interno da Instituição. Tudo deve ser bem conversado, caso contrário o estrago pode ser grande.

De outro modo, não há como se pensar em suprir a vacância dos cargos de presidente e vice da CLDF de outra maneira que não seja por uma nova eleição. O Regimento Interno, em seu Art. 49, é taxativo em relação ao preenchimento dos cargos da Mesa que vierem a vagar: “Declarado qualquer cargo da Mesa Diretora, será ele preenchido mediante eleição, dentro de, no máximo, sete dias, observadas as formalidades dos arts. 9º. A 11º.”

Dito isso, o deputado Agaciel Maia jamais poderá assumir a cadeira da Presidência de outra forma que não seja pelo voto da maioria dos votos dos colegas.

Diante da desconstrução legal das pretensões futuras do alto comando do executivo local, depreende-se que, no momento, o grande enxadrista joga do outro lado do Buriti.

Agora, é só esperar o xeque-mate.

Fonte: Guardian Notícias - Por João Zisman

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