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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Maioria do STF condena 2 réus do Banco Rural


Já estão matematicamente condenados dois dos quatro réus que frequentam o capítulo do mensalão dedicado ao Banco Rural. Seis dos dez ministros do Supremo votaram pela condenação de Kátia Rabello e José Roberto Salgado, ex-presidente e ex-vice-presidente operacional da casa bancária do escândalo.

A dupla foi enquadrada no crime de gestão fraudulenta de instituição financeira. Votaram pela grelha o relator Joaquim Barbosa e o revisor Ricardo Lewandowski. Foram acompanhados por Rosa Weber, Luiz Fux, Dias Toffoli e Cármen Lucia. Ao analisar a situação dos outros dois réus, relator e revisor divergiram.

Barbosa votou pela condenação também de Ayanna Tenório, ex-vice-presidente do banco e Vinícius Samarane, ex-diretor estatutário e atual vice presidente do Rural. Lewandowski sustentou que não há nos autos provas cabais que permitam condenar a dupla. Na dúvida, preferiu absolvê-los.

Os outros quatro ministros que votaram na sessão desta quarta –Rosa, Fux, Toffoli e Cármen— acompanharam o relator no caso de Samarane. Quer dizer: basta mais um voto para que se configure a maioria pró-condenação. Quanto a Ayanna, deu-se o contrário. Os quatro seguiram o revisor. Mais um voto e ela escapa ilesa.

Confirmando-se a tendência de absolvição de Ayanna, ela será a primeira personagem do escândalo a livrar-se do processo. Ela respondia pela área de recursos humanos do Rural. Entrou no banco depois que os empréstimos ao PT e às agências de Marcos Valério já haviam sido concedidos. Entre as dezenas de rolagens das dívidas, ela assinou apenas duas. Vai prevalecendo a tese da defesa, que alega que a ré desconhecia a fraude e não agiu com dolo.

No caso de Samarane, o próprio relator Barbosa, que votou pela condenação, reconheceu que a responsabilidade dele nas fraudes é menor do que a de Kátia Rabello e José Roberto Salgado. Algo que deve ser levado em conta na hora de calcular a pena. Lembrou, porém, que o réu era responsável pela fiscalização do banco. Nessa função, assinou relatórios que tratavam como regulares as operações agora tachadas de fraudulentas.

O julgamento prossegue nesta quinta (6). Falta agora recolher os votos de mais quatro ministros: Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres Britto. Em tese, os magistrados que já votaram podem alterar os seus votos. Mas esse tipo de ocorrência é raro. Ou seja: o jogo está jogado para dois dos quatro réus desse capítulo. E pelo menos mais um deve ser mandado ao caldeirão.

Fonte: Blog do Josias - UOL

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