Aécio Neves, o ‘candidato óbvio’ de FHC para 2014, avocou para si a autoria do modelo de concessão de aeroportos à iniciativa privada adotado por Dilma Rousseff. Disse ter levado a proposta a Dilma quando ela era chefe da Casa Civil de Lula e ele governava Minas Gerais.
“[…] Eu pessoalmente levei, acompanhado do então prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, hoje ministro do Desenvolvimento Econômico, à então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a proposta de concessão do metrô da capital do meu Estado e do aeroporto Tancredo Neves, de Confins.”
Nas palavras de Aécio, trata-se “exatamente o modelo que, depois de enfrentar toda essa resistência, hoje eles assumem.” Em timbre irônico, o presidenciável tucano simulou a reação do ministro Guido Mantega (Fazenda) diante do êxito da primeira grande privatização da Era petista.
Aécio disse que, a ver os R$ 24,5 bilhões amealhados no leilão dos Aeroportos de Brasília, Cumbica e Viracopos ingressarem nas arcas da Viúva, o petista que controla a chave do cofre deve ter pensado: “Por que nós demoramos tanto para acordar e não assumimos mais esta proposta do governo do PSDB lá atrás?”
“Teria sido melhor para o Brasil e para o próprio governo deles”, disse Aécio. Estava ao lado do governador tucano do Paraná, Beto Richa. Visitaram uma feira de agronegócio no município de Cascavel. Ecoando FHC, Richa referiu-se a Aécio como “bola da vez” do PSDB para a sucessão de 2014.
Aécio cuidou de acionar o freio de mão. Declarou: FHC “fez uma manifestação em torno do meu nome e eu tive a oportunidade de agradecer. Mas esta é uma decisão que deve ser tomada a seu tempo.” Por ora, acrescentou, cabe ao PSDB vender o seu peixe ao país.
Submetido a cobranças dos pares oposicionistas, inclusive de FHC, Aécio traz a língua mais solta nos últimos dias. Na passagem pelo Paraná, manteve o diapasão. Disse que os governos petistas de Lula e Dilma rodam um “software pirata”.
A matriz, disse ele, é tucana. “O original é nosso. Quem concebeu toda essa construção macroeconômica de câmbio flutuante, de superávit primário foi o PSDB”, ao longo dos dois mandatos de FHC. Insinuou que, na versão “pirata” do PT, o programa produz distorções como a desindustrialização.
“Nós estamos voltando à década de 50, quando éramos grandes exportadores de commodities, de matéria-prima. Há dez anos, 60% da pauta da balança de exportações eram de produtos manufaturados. Portanto, produtos que agregavam valor internamente, que geravam empregos. Hoje, é o inverso, 60% de tudo o que se exporta é commodities.”
Fonte: Blog do Josias - UOL
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