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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

EXCESSO DE PETISMO PODE ATRAPALHAR AGNELO NO LEGISLATIVO



Por Wilson Silvestre - O excesso de petismo, tanto na Câmara Legislativa quanto nos principais postos da administração do Governo do Distrito Federal, talvez seja o nó cego que o governador Agnelo Queiroz (PT) tenha que desfazer. 

Esta é a avaliação mais ouvida nos bastidores políticos do DF. A constatação destes burburinhos toma coro quando um olhar mais atento contabiliza que o presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício, é do PT, e segue com o secretário de Governo, Paulo Tadeu, PT, líder do Governo, PT, e vai por aí. Embora não tenha rosto ou uma voz, este sentimento é generalizado na base parlamentar de Agnelo. Tanto que já começa a emitir sinais aos aliados de que está na hora de equilibrar as forças.

O Jornal Opção ouviu alguns deputados sobre o tema. A maioria preferiu fazer silêncio ou só se pronunciou anonimamente, mas Chico Vigilante, líder do bloco PT-PRTB, opinou que existe mais especulações na mídia do que fatos concretos. “O que pode estar acontecendo é um ou outro parlamentar fazer sondagem para testar a temperatura”, argumenta. 

Mesmo dourando a pílula, Vigilante sabe que o processo já está na pauta política, basta seguir os movimentos da deputada Arlete Sampaio (PT), que deixa a poderosa Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda (Sedest) e volta à Câmara Le­gis­lativa. Arlete costura apoios para substituir Cabo Patrício da presidência do Legislativo.

Com o fim do recesso parlamentar, as conversas de bastidor já dão mostra do quanto será concorrida esta disputa para presidente da mesa diretora. Como o regimento interno da Câmara Legislativa não permite reeleição, o deputado Cabo Patrício (PT) está fora do jogo. “Mesmo que fosse possível, sou contra a reeleição”, afirma Chico Vigilante, um dos aliados mais fiéis do governador Agnelo Queiroz. Vigilante pondera que “ainda é muito cedo para especular sobre o tema já que a eleição só será realizada no fim do ano”.


O deputado Chico Leite (PT) pensa diferente. Ele diz ter detectado algumas articulações neste sentido, como os nomes dos deputados Rôney Nemer (PM­DB), Dr. Charles Roberto de Lima (PTB), Agaciel Maia (PTC) e Arlete Sampaio (PT), como postulantes à vaga de Patrício. 

Embora tenha omitido seu nome, Chico Leite é citado na bolsa de especulações como forte para ser colocado na mesa de negociações. “Trata-se um nome ético e que pode contrapor o avanço do deputado federal Antônio Reguffe (PDT), na conquista da classe média, segmento que o PT vem perdendo dia a dia”, revela uma fonte. 

O problema de Chico Leite é exatamente este: ser duro nas críticas, principalmente ao próprio, quando comete alguma derrapada. Este lado ‘promotor pú­blico’ dificulta um pouco conquistar votos junto aos colegas. “Hoje, dentro do PT do Distrito Federal, o parlamentar que mais encarna o espírito crítico que seduz os ouvidos da classe média formada por funcionários públicos é Chico Leite”, avalia uma fonte. 

Mesmo com este capital po­lítico, Leite sabe que terá que vencer muitas barreiras dentro de seu próprio partido. “Percebo que os colegas parlamentares desejam alternância nos cargos da mesa diretora da Câmara, mas ninguém ainda discutiu isso comigo.”

Do lado dos blocos menores, capitaneados pelas deputadas Celina Leão, Liliane Roriz e Eliana Pedrosa, ambas do PSD, pode haver perdas nos cargos da mesa ou comissões, já que elas são marcadamente oposicionistas.

Enquanto os parlamentares articulam, o governo finge não estar acontecendo nada pois é o maior interessado em prolongar esta discussão. “As comissões só vão começar mesmo em fevereiro, quando os parlamentares definirem os blocos e colocar na mesa suas reivindicações”, imagina Vigilante.

Agnelo tem o desafio de manter este cesto de siris composto por 20 partidos sustentando sua base política. Não será nada fácil administrar a gula por cargos e pedidos de obras nos mais variados recantos do DF.

Fonte: Jornal Opção 
Blog Rádio Corredor por Odir Ribeiro

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