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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

INDEPENDÊNCIA OU CORRUPÇÃO 'E AGORA PT'




Os tradicionais desfiles das Forças Armadas em homenagem à Indepen­dência do Brasil deste Sete de Setembro terão como concorrentes as Marchas Contra a Corrup­­­ção. Elas devem acontecer em todo o país. É uma mudança radical. Do desfile institucional em que predomina a estética das aparências, passa a existir uma marcha popular, em que predomina a ética repu­­blicana.

Em Brasília, um grupo de cidadãos conseguiu a adesão de mais de 20 mil internautas, via Face­­book, para a manifestação que ocorre depois de amanhã, a partir das 10 horas na Esplanada dos Ministérios. Na página do evento Marcha Contra a Corrupção, no Facebook, o texto explicativo dá o tom do evento. 

Lá, encontram-se frases como: “Gente! Essa Marcha é do povo. Não temos patrocínio nem apoio de nenhum político, sindicato ou empresário. Por isso precisamos de ajuda para fazer e acontecer (...). E você? vai continuar com a bunda no sofá achando que acabar com os corruptos não é problema seu? (...) Não temos nada a festejar no dia 7 de setembro!”

De fato, não há como festejar instituições que vêm ao longo dos anos sendo rapinadas pelos eleitos sem jamais serem punidos.

Um dos organizadores, o em­­­pre­­­sário Walter Magalhães, afirma que a organização da marcha começou há pouco mais de duas semanas, mas teve seu ponto de virada a partir da absolvição de Jaqueline Roriz (PMN-DF) pelo plenário da Câmara dos Deputados, no processo de cassação por quebra de decoro parlamentar. “Em um dia e meio, tivemos a adesão de mais de 5 mil pessoas no Facebook, que confirmaram presença na marcha.” Segundo ele, esse número surpreendeu porque o que levava uma semana para acontecer, ocorreu em um dia.

Dos temas na pauta da Marcha contra a Corrupção está a defesa de votação aberta no Congresso Nacional, tese que ficou fortalecida após a absolvição de Jaqueline Roriz, que se deu por voto secreto. Os manifestantes vão defender também constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa. Há temores que a regra seja considerada inválida pelo Supremo Tribunal Federal. Parte dos ministros do STF já se manifestou dizendo que a lei fere o princípio da presunção de inocência, por entender que somente com condenação transitada em julgado (sem possibilidade de recurso) políticos poderiam ser inelegíveis.

Além de Brasília, marchas estão confirmadas em Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. Embora eu não tenha conseguido confirmar, se houver marcha em Curitiba, a concentração será na Praça Santos Andrade, como sempre.

Se a marcha tiver a adesão que merece, ela estará a mudar o sentido tradicionalmente dado ao Dia da Independência. Da comemoração oficial organizada pelo estado, indivíduos – de livre e espontânea vontade – estarão a criar uma celebração popular. 

Os indivíduos deixariam de ser observadores de um desfile e passariam a ser atores sociais. Sairiam de cena os discursos bonitos e vazios das “autoridades” que assistem à parada militar em “camarotes reservados” no Sete de setembro. E entrariam no palco público os cidadãos demonstrando que o Estado não pertence aos “eleitos” protegidos no “cercadinho” em que veem os desfiles, mas a todos os indivíduos.

Se isso acontecesse o feriado do Dia da Independência do Brasil poderia significar o dia da independência do indivíduo. Signi­­ficaria o dia em que os cidadãos decidiram se libertar de dirigentes corruptos e de governantes coniventes com a corrupção.
Sinceramente, eu gostaria de ver isso acontecer.

Fonte: Gazeta do Povo
Blog do Odir Ribeiro - Rádio Corredor

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