Sem rumo, governo aderna. Se a lama se acumular, o naufrágio será inevitável
O governador Agnelo Queiroz iniciou o nono mês do seu mandato pisando em falso.
Parado numa encruzilhada, ele se pergunta o que fazer.
Os poucos e fiéis aliados que conhecem o governador sugerem que ele parta do zero.
A única alternativa é começar o Novo Caminho com uma nova equipe.
Isso, claro, desde que haja tempo, ressalvam esses escudeiros do Palácio do Buriti, preocupados com o destino do PT na capital da República.
Na avaliação de pessoas que transitam com facilidade no seio do poder local e nacional, o consenso é de que Agnelo Queiroz nem sequer iniciou o Novo Caminho prometido na campanha eleitoral e já desdisse completamente o sábio adágio político, segundo o qual ninguém se perde no caminho da volta.
Mas ele se perdeu. As rédeas escapam-lhe por excessivo temor de usá-las.
Estabeleceram-se diversas fontes de poder. O mando situa-se hoje em vários lugares. Agnelo não é líder nem comandante, É um enxadrista tonto, movimentando peças que escapam de vista.
Conta com poucas pessoas que lhe são fiéis. Seu pânico de tomar decisões afasta até os mais leais.
Seu governo é caótico, desarrumado, entrópico. O governador não fala. Ninguém fala.
Quando Agnelo fala, olha para baixo. Parece ter vergonha de passar tantas promessas vazias. Não encara seu interlocutor nos olhos. Tem medo de encarar a verdade, a frase cortante e crítica.
Cercado por fogos cruzados – o Palácio do Planalto dispara os maiores petardos contra o Palácio do Buriti – o governador aderna, sem saber como reagir. Nas pesquisas, é na Federação o pior avaliado pela população, com magros 26% de aprovação.
Tende a cair nas pesquisas. Se não reagir, cai também no Buriti.
Fonte: Publicado em 10 de Setembro de 2011 por José Seabra com Leo Mota Neto.

Nenhum comentário:
Postar um comentário