O ano chega ao fim e junto com ele o mandato do atual governador do Distrito Federal e a cidade como um todo parece trilhar o mesmo caminho, um caos sem fim. Passados quatro anos desde que o Distrito Federal enfrentou um período tenebroso de descaso e abandono em 2010, ninguém poderia imaginar que o novo caminho teria este triste fim.
Mas como todo cidadão nós jornalistas devemos fazer uma reflexão sobre o que foi o nosso trabalho nestes quatro anos. Afinal fomos nós que levamos as notícias bombásticas para a casa do cidadão e o que escrevemos, falamos ou registramos, sobre as ações de governo merecem ser relidas. Promessas eleitorais não cumpridas, prazos desrespeitados, pautas importantes não divulgadas, entrevistas com os secretários que iriam assumir prometendo soluções que nunca vieram, diante do quadro caótico de então, que agora se repete.
Será este o jornalismo responsável que queremos? Até que ponto enfeitar a notícia para satisfazer a vontade do governante e da publicidade se mostra correto ante o sofrimento do cidadão? Porque os órgãos de fiscalização foram tão complacentes ante o prenúncio do sofrimento nos hospitais, a falta de estrutura e de professores nas escolas, a falta de pagamento de servidores e fornecedores, sem falar nos desvios e superfaturamentos, os buracos, os engarrafamentos e a falta de ônibus , as inundações tão conhecidas e pra coroar a insegurança que não tem fim?
Tudo isto combinado com impostos abusivos, a indústria de multas sorrateiras e os péssimos serviços prestado pelo GDF, enquanto nosso dinheiro foi pelo ralo de obras superfaturadas, contratos com fornecedores amigos, que sempre recebem em dia e uma total falta de transparência e fiscalização.
É hora de mudar. Que o novo ano traga mudanças de comportamento pra nós que temos a responsabilidade de transformar nosso trabalho em instrumento de defesa do cidadão. Defesa de verdade. Chega de pirotecnia. É hora de chamarmos à responsabilidade quem vendeu os sonhos e as soluções que a nossa cidade precisa. Chega de enganação. Porque o sofrimento das pessoas é de verdade e é nelas que devemos pensar. Que venha 2015 para que não cheguemos em 2018 no mesmo sofrimento.
Fonte: Coluna A Voz da Verdade por Celson Bianchi.
Nenhum comentário:
Postar um comentário