Pesquisa ISTOÉ/Sensus mostra o candidato tucano com 56,4% das intenções de voto e a petista com 43,6%
Pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada entre a terça-feira 14 e a sexta-feira 17 mostra a consolidação da liderança de Aécio Neves (PSDB) sobre a petista Dilma Rousseff no segundo turno da sucessão presidencial. De acordo com o levantamento, o tucano soma 56,4% dos votos válidos, contra 43,6% da presidenta.
Uma diferença de 12,8 pontos percentuais, que representa cerca de 19,5
milhões de votos. Se fossem considerados os votos totais, Aécio teria
49,7%; Dilma, 38,4%; e 12% dos eleitores ainda se manifestam indecisos
ou dispostos a votar em branco. A pesquisa indica que nessa reta final
da disputa os dois candidatos já são bastante conhecidos pelos
eleitores. O índice de conhecimento de Dilma é de 94,4% e de Aécio, de
93,3%. “Com os candidatos mais conhecidos, a tendência é a de que o voto
fique mais consolidado”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto
Sensus. O levantamento, que ouviu 2.000 eleitores de 24 Estados, revela
também a liderança de Aécio Neves quando não é apresentado ao eleitor
nenhum candidato. Trata-se da chamada resposta espontânea. Nesse
quesito, o tucano foi citado por 48,7% dos entrevistados e a petista,
que governa o País desde janeiro de 2011, por 37,8%.
Realizada em 136 municípios, a pesquisa ISTOÉ/Sensus também constatou
que a campanha petista não conseguiu reduzir o índice de rejeição à
candidata Dilma Rousseff. Quase metade do eleitorado, 45,4%, afirma que
não admite votar na presidenta de maneira alguma. Com relação ao tucano,
segundo o levantamento, a rejeição é de 29,9%. “Isso significa que a
margem de crescimento da candidata Dilma é menor do que a de Aécio”,
avalia Guedes. Os números mostram, segundo a pesquisa, uma forte
migração para o senador tucano dos votos que foram dados a Marina Silva
(PSB) no primeiro turno. “Hoje estamos juntos em torno de um programa
para mudar o Brasil”, disse Marina na sexta-feira 17, ao se encontrar
com Aécio em evento público na zona oeste de São Paulo.
Desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger diretamente o presidente da
República, é a primeira vez que um candidato que terminou o primeiro
turno em segundo lugar começa a última etapa da disputa na liderança. A
pesquisa ISTOÉ/Sensus divulgada no sábado 11 já apontava esse movimento,
quando revelou que Aécio estava com 52,4% das intenções de voto. Na
última semana, os levantamentos que são feitos diariamente pelo comando
das duas campanhas também mostraram a liderança de Aécio. É com base
nessas consultas que tanto o PT como o PSDB planejam a última semana de
campanha. E tudo indica que o tom será cada vez mais quente. No PT há
uma divisão. Um grupo sustenta que a campanha deve aumentar o tom dos
ataques contra Aécio e outro avalia que a presidenta deva imprimir um
ritmo mais propositivo à campanha. O mais provável, no entanto, é que a
campanha de Dilma continue a jogar pesado contra o tucano. Segundo
Humberto Costa, líder do PT no Senado, o partido vai insistir na tese de
que é necessário “desconstruir a candidatura tucana”. “Não basta ficar
defendendo nosso governo”, disse o senador na sexta-feira 17. Claro,
trata-se de um indicativo de que a campanha de Dilma vai continuar
usando do terrorismo eleitoral. “Se deu certo contra Marina, deverá dar
certo contra Aécio”, afirmou Costa.
No
QG dos tucanos, a ordem é não deixar nada sem resposta e continuar
mostrando ao eleitor os inúmeros casos de corrupção que marcam as
gestões petistas, particularmente os quatro anos do governo de Dilma.
“Não podemos nos colocar como vítimas. O que precisamos é mostrar nossas
propostas, mas em nenhum momento deixar de nos defender com veemência
das armações feitas pelos adversários”, disse um dos coordenadores da
campanha de Aécio Neves. “Marina tentou apenas fazer a campanha
propositiva e acabou atropelada pela máquina de calúnias do PT.” Nessa
última semana de campanha, Aécio vai intensificar a agenda em Minas e no
Nordeste, principalmente na Bahia, em Pernambuco e no Ceará. Não está
descartada a possibilidade de que os nomes de novos ministros venham a
ser divulgados pelo candidato.
Fonte: Revista ISTOÉ.
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