
Na sexta-feira, a imprensa divulgou relatos do depoimento do ex-diretor
da estatal Paulo Roberto Costa, que negocia o benefício da delação
premiada para entregar detalhes do esquema. A delação ainda não foi
homologada, mas promotores e policiais que investigam o caso há uma
semana colhem depoimentos de Paulo Roberto.
No sábado, a revista "VEJA" publicou uma lista de autoridades
supostamente apontadas pelo ex-diretor como beneficiárias do esquema,
entre elas o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), a governadora
Roseana Sarney (Maranhão) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo
Campos, morto em um acidente aéreo em 13 de agosto. "VEJA" cita, ainda, o
tesoureiro do PT, João Vaccari, e os presidentes do Senado, Renan
Calheiros (PMDB), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), entre
outros. A reportagem não traz detalhes, documentos nem valores sobre o
esquema.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Justiça solicitou à PF acesso aos
depoimentos que atingem importantes personagens da base do governo, mas
teve o pedido negado pois o processo corre em sigilo. O ministro José
Eduardo Cardozo (Justiça) recorreu, então, à Procuradoria-Geral da União
para que o órgão analise a viabilidade de a Presidência da República
obter a documentação.
Segundo Cardozo, o governo quer ter acesso imediato aos depoimentos
para "tomar as providências necessárias" em relação a possíveis
envolvidos no inquérito que sejam ligados ao Executivo federal.
A decisão de encaminhar ao Procurador-geral da República se deve ao
fato de que ele pode fazer o pedido, caso o acate, tanto ao STF como à
Justiça no Paraná. "Como noticiado, a delação incluiria autoridades com
foro privilegiado. Neste caso, o procurador pode checar com o Supremo se
os depoimentos estão nesta instância e solicitar que eles sejam
repassados ao governo caso considere o pedido correto", disse Cardozo.
Deixamos claro no pedido que não temos a intenção de prejudicar ou
invalidar as investigações, mas ter acesso para que o governo possa
tomar as medidas necessárias", afirmou o ministro.
A estatal também pediu acesso aos documentos. Em nota, a companhia diz
que está pedindo às empresas citadas em reportagens, como agentes
envolvidos em supostos desvios de recursos, sobre a existência de
contratos com empresas ligadas ao doleiro Alberto Yousseff, um dos
principais alvos da operação Lava Jato.
Fonte: Por Natuza Nery, Fernanda Odilla e Valdo Cruz - Portal UOL.
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