Luiz Azevedo, número dois da pasta de Relações Institucionais, disse ter atuado para evitar "uso político eleitoral" da CPI da Petrobras no Senado.
FARSA – Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras: era tudo teatro
O secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, Luiz
Azevedo, admitiu nesta quarta-feira ter participado das negociações para
montar um plano de blindagem da Petrobras na CPI do Congresso destinada
a investigar a estatal. Nesta quarta-feira, a Folha de S. Paulo
informou que Azevedo participou da operação montada para proteger a
Petrobras. A manobra, que incluía o treinamento de representantes da
estatal e o compartilhamento de perguntas que seriam feitas por
parlamentares, foi revelada por VEJA desta semana.
A Secretaria de Relações Institucionais tem a função de negociar com o
Congresso temas de interesse do governo .O ministro é o petista Ricardo
Berzoini.
Em nota divulgada nesta quarta, Azevedo tenta se explicar: "Enquanto
funcionário da Secretaria de Relações Institucionais, possuo duas
atribuições fundamentais no tocante à CPI da Petrobras – relação com a
estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas da
Comissão com transparência e eficiência; e com os parlamentares da base e
da liderança do governo".
Azevedo prossegue que sua atribuição é evitar o "uso político
eleitoral" da comissão, embora não trabalhe nem no Congresso nem na
Petrobras. "Atuo em ambas as frentes para que todos os esclarecimentos,
dados e fatos sejam prestados pela empresa, visando assegurar a
qualidade das informações, evitando, dessa forma, o uso político
eleitoral da CPI", diz o texto.
Ele também critica a oposição, que, na visão dele, "se utiliza de
oportunismo para explorar politicamente o factoide criado". "Por se
tratar de uma ação investigativa do parlamento envolvendo uma empresa
estatal, evidentemente a articulação política do governo não deve se
omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a
formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que
foram, desde o início, boicotados pela oposição."
Leia a íntegra da nota da Secretaria de Relações Institucionais:
A respeito da matéria publicada nesta quarta-feira (6), no jornal Folha
de S. Paulo, esclareço: enquanto funcionário da Secretaria de Relações
Institucionais, possuo duas atribuições fundamentais no tocante à CPI da
Petrobras – relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma
organizada as demandas da Comissão com transparência e eficiência; e com
os parlamentares da base e da liderança do governo. Atuo em ambas as
frentes para que todos os esclarecimentos, dados e fatos sejam prestados
pela empresa, visando assegurar a qualidade das informações, evitando,
dessa forma, o uso político eleitoral da CPI. Por se tratar de uma ação
investigativa do parlamento envolvendo uma empresa estatal,
evidentemente a articulação política do governo não deve se omitir de
participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do
roteiro e da estratégia dos trabalhos. Trabalhos esses que foram, desde o
início, boicotados pela oposição, que agora se utiliza de oportunismo
para explorar politicamente o factoide criado. Em nenhum momento nossa
atuação feriu as atribuições e soberania do parlamento, que preserva
suas prerrogativas com denoto e independência.
Fonte: Por Gabriel Castro de Brasília - Revista VEJA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário