Nunca antes na história deste país, para usar expressão cunhada pelos
atuais governantes, a matéria-prima para a mídia em geral foi tão
largamente produzida como nos tempos atuais.
Não passa um dia sequer sem que a fábrica de notícias do governo
federal forneça material abundante para todo o mundo jornalístico. É
verdade que o grosso dessa produção de fatos, para não dizer sua quase
totalidade, seja composto basicamente por notícias negativas ou
escândalos que vão compondo, 'pari passu', o triste capítulo da arte de
desgovernar um país.
Deixando para trás outras páginas que narram episódios inglórios, como o
mensalão, por exemplo, surge um novo capítulo no extenso roteiro de
desastres que se desenrola há mais de uma década. Desta vez, a nação vai
tomando ciência da armação feita entre membros da CPI e da CPMI e
figurões da própria Petrobras para “adestrar” os convocados a depor,
fornecendo-lhes não só o roteiro das perguntas a serem feitas pela
comissão, mas, sobretudo, o roteiro e o modo como deverão responder às
perguntas.
O novo episódio, devidamente documentado em vídeo, vem reforçar a
desconfiança, já generalizada, de que essas CPIs, obrigadas a
trabalharem por força da lei e do Supremo, nada apurariam que pudesse
comprometer ainda mais o atual governo. Com mais esse escândalo saído de
dentro de Palácio do Planalto, o país vai percebendo que a República,
repetidamente desmoralizada, leva consigo para a cova a própria
democracia. O Congresso, que tem a função constitucional de fiscalizar
os atos do Executivo um dos principais pressupostos de sua existência, fica com mais essa nódoa em sua história. O episódio reforça a
convicção de que o modelo brasileiro de coalizão para governar é nefasto
para o país, não só por suas implicações políticas, mas principalmente
pelos gigantescos prejuízos econômicos trazidos à nação.
Usar o legislativo para esconder malfeitorias na Petrobras, nem mesmo a ditadura ousou.
Fonte: Blog do Ari Cunha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário