Dilma Rousseff refutou neste domingo a tese de Marina Silva segundo a qual o Brasil precisa de um líder na Presidência, não de uma gerente. Atribuiu o comentário à falta de experiência administrativa. “Não é uma questão de ser gerente ou não, isso é uma visão tecnocrática, o presidente é executor. Ele não é pura e simplesmente um representante do poder”, disse Dilma. Sem citar Marina, ela ironizou: “o pessoal está confundindo o presidente da República com rei ou rainha.''
Ao criticar Marina Silva, Dilma bateu indiretamente no seu padrinho político. Quando assumiu a Presidência, em 2003, Lula não tinha nenhuma experiência administrativa. E Marina afirmara que presidentes como Itamar Franco, FHC e o próprio Lula exerceram a liderança pessoal para melhorar o país. Acrescentara que Dilma, vendida como gerente, piorou o país. Eu não quero ser uma mera gerente, afirmara Marina, em reunião com os presidentes dos partidos que a apoiam.
Os repórteres instaram Dilma a comentar a decisão do ex-diretor preso da Petrobras Paulo Roberto Costa de firmar com a Procuradoria da República um acordo de delação premiada. E ela: “O Brasil e nós todos temos de aprender que se pessoas cometeram erros, malfeitos, crimes, atos de corrupção, isso não significa que as instituições tenham feito isso.''
Para Dilma, a eventual condenação de Paulo Roberto não significará a condenação da empresa. “A Petrobras é muito maior que qualquer agente dela, que seja diretor ou não, que cometa equívocos, crimes…” Nesse ponto, a presidente tem razão. O preso foi nomeado em 2003, sob Lula. Indicado pelo PP, achegou-se ao PT e ao PMDB. Mandou e, sobretudo, desmandou na diretoria de Abastecimento da estatal até 2012, já sob Dilma. Ou seja: a culpa não é da Petrobras, mas dos governantes que patrocinaram a ocupação predatória da estatal.
Pendurada nas manchetes de ponta-cabeça, a Petrobras ainda não foi integralmente dedetizada. Por sorte, Dilma considera-se uma experiente gestora. Se der lições a si mesma, talvez consiga higienizar a estatal antes do final do ano.
Fonte: Josias de Souza - UOL.
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