O
início da propaganda em rádio e TV na disputa para o governo do
Distrito Federal coincide com uma nova fase na campanha para os demais
candidatos ao Palácio do Buriti.
A partir de agora, quatro dos cinco candidatos prometem abrir uma
frente contra o governador do Executivo local, Agnelo Queiroz (PT),
apesar de ele não liderar as pesquisas de intenção de voto.
Segundo a última pesquisa IBOPE, o ex-governador José Roberto Arruda
tem 32% das intenções de voto, contra 17% do petista e 15% do senador
Rodrigo Rollemberg (PSB). O servidor público Toninho do PSOL (PSOL)
aparece com 6%, e o deputado federal Luiz Pitiman (PSDB) também tem 6%.
A visão das coordenações de campanha de Pitiman, Rollemberg e Toninho do
Psol é tentar mostrar os problemas da atual administração como forma,
inclusive, de tentar chegar à vice-liderança na disputa pelo governo. As
campanhas desses candidatos devem adotar em eventos públicos um bordão
utilizado por Rollemberg sobre a administração petista, segundo o qual
houve, nos últimos quatro anos, um “apagão de gestão”.
Eles não admitem publicamente mas, nos bastidores, fala-se que o
segundo lugar na disputa pode significar, na prática, a liderança, já
que a candidatura de Arruda ainda está em fase de contestação nos
tribunais.
Arruda teve seu pedido de registro de candidatura indeferido pelo
Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE/DF) em 12 de
agosto, por 5 votos a 2. Os desembargadores entenderam que Arruda está
inelegível por aplicação da Lei da Ficha Limpa, após ter sido condenado
por crime de improbidade administrativa pela 2ª Câmara Criminal do
Distrito Federal. Arruda foi condenado por envolvimento no escândalo do
“Mensalão do DEM”, desarticulado pela Polícia Federal na Operação Caixa
de Pandora. Na época, o iG antecipou os principais momentos da operação e
publicou com exclusividade um vídeo em que Arruda aparecia recebendo
suposta propina de Durval Barbosa, então secretário de Relações
Institucionais do governo de Brasília.
Arruda, do outro lado, também tem interesse em mostrar as mazelas da
administração petista. Para ele, mesmo com sua candidatura sendo
questionada, existe uma chance de levar a disputa ainda no primeiro
turno. E, nesse caso, o ex-governador dependeria apenas da anuência do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou do Supremo Tribunal Federal (STF),
dependendo da quantidade de recursos que foram interpostos, para ser
diplomado. Arruda acredita que deve obter o seu registro de candidatura
no TSE.
A disposição de Arruda contra Agnelo é tanta que durante discursos nos
comitês e na campanha, o ex-governador tem feito pronunciamentos duros
contra o petista. Alguns correligionários de Arruda vão além e falam até
em “luta contra o petismo”.
“Não é ser contra o Agnelo. Mas vou lhe falar de uma outra forma. É
necessário mostrar, nesse momento, os problemas da atual administração.
Mostrar que Brasília pode tomar um outro rumo”, admitiu Arruda ao iG.
“Existe um problema que precisa ser resolvido. E hoje o governo do
Distrito Federal vive um problema de gestão claro. É isso que precisa
ser combatido”, pontuou Pitiman, dando o tom da campanha a partir de
agora.
O governador Agnelo Queiroz, inclusive, acredita que pelo menos as
campanhas de Pitiman e de Arruda vão trabalhar em conjunto em um trabalho
de “desinformação” das ações do governo. “Acredito que o que ocorre é
muita desinformação, e isso ficará latente a partir de agora. Não há
outra solução a não ser mostrar o que de fato fizemos em quatro anos.
Agora, percebe-se claramente que há um trabalho conjunto das demais
campanhas contra mim”, afirmou Agnelo.
Fonte: Por Wilson Lima - iG Brasília / Portal Estação da Notícia.
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