Agnelo disparou contra três dos quatro principais concorrentes.
Duramente
criticados por Agnelo Queiroz em entrevista publicada ontem pelo
Correio, José Roberto Arruda, Luiz Pitiman e Rodrigo Rollemberg devolvem
acusações ao atual governador. Entre os principais rivais, só Toninho
do PSol não foi alvo do chefe do Executivo.
Arruda: "Acho que bateu o desespero (no governador)"
Rollemberg destacou sua atuação em prol do DF no Congresso.
Pitiman ressaltou seu trabalho à frente da Secretaria de Obras.
Toninho do PSol foi poupado dos ataques, mas também criticou.
Os candidatos ao governo do Distrito Federal reagiram ontem às críticas
disparadas pelo atual governador e postulante à reeleição, Agnelo
Queiroz (PT), em entrevista ao Correio. Com exceção de Toninho do PSol,
único a escapar da mira do chefe do Executivo, José Roberto Arruda (PR),
Luiz Pitiman (PSDB) e Rodrigo Rollemberg (PSB) devolveram acusações e
ataques a Agnelo.
Principal alvo do governador, José Roberto Arruda (PR) avaliou que o
petista está com uma visão míope da atual situação administrativa do DF.
Arruda disse que o sentimento da população, no cotidiano, não condiz
com as declarações feitas por Agnelo ao Correio. “Acho, sinceramente,
que bateu o desespero. O governador vive em outro mundo. Ele diz que tem
realizações na saúde e nos transportes. Mas o que eu vejo, nas ruas, é o
povo revoltado pela falta de ônibus, e mães com filhos no colo tentando
serem atendidas nos hospitais públicos com as pediatrias todas
fechadas”, comentou.
Outro candidato bastante criticado por Agnelo, Rodrigo Rollemberg foi chamado
de “parlamentar inoperante” e acusado pelo governador de ser incapaz de
trazer benefícios a Brasília enquanto representante do Distrito Federal
no Congresso Nacional. O senador rebateu. “Parece que o fracasso subiu à
cabeça do governador. Por causa de uma ação minha no Congresso para
mudar as regras do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do
Centro-Oeste), Brasília passou a receber R$ 500 milhões a mais por ano”,
ilustrou.
O candidato pelo PSB disse ainda que, em função de um “apagão de
gestão” nos últimos quatro anos, o Estado deixou de receber recursos da
União por falta de projeto. “Essa Brasília que ele fala ter construído
só existe nas propagandas do GDF. O governador Agnelo não pode sair às
ruas sem estar cercado de seguranças porque a população está
extremamente irritada”, rebateu.
Sobre o fato de seu partido e ele terem saído da base da administração
petista local, mas mantido a aliança no governo federal, Rollemberg
argumentou que não poderia “participar de um governo em que Pedro Passos
(o ex-deputado distrital que renunciou ao cargo ao ser denunciado por
grilagem) indica gente”. Em entrevista ao Correio, Agnelo classificou a
debandada de “oportunismo”.
Se Rollemberg foi taxado de “inoperante”, Luiz Pitiman foi classificado
pelo atual governador como “incompetente”. Segundo Agnelo, o então
secretário de Obras saiu demitido do governo por mau desempenho e não
por vontade própria. Mas o candidato do PSDB acusa o petista de “faltar
com a verdade”. “É que o Agnelo não está acostumado a ler o Diário
Oficial. Quem pediu para sair fui eu. Basta ir lá e checar o que está
escrito. O governador está faltando com a verdade”, afirmou.
Luiz Pitiman reagiu, também, às acusações de que emitia ordens de serviço
sem que qualquer obra fosse realizada. “Recomendo a ele que peça à
secretaria a relação das obras que foram retomadas. De todas, só quatro
não têm a minha assinatura. O Centro Cultural do Taguaparque, o Calçadão
da Asa Norte, o campo de grama sintética em Brazlândia, o complexo ao
lado da Ponte JK. Em todos esses lugares, ele vai encontrar o meu nome
na placa”, disparou. Segundo o tucano, Agnelo é um governador que “não
governa”. “Nunca recebi uma ordem dele para começar uma obra. Ele não
sabe como isso funciona.”
Poupado
Entre os principais concorrentes ao Buriti, apenas Toninho do PSol foi
poupado de críticas durante a entrevista. Apesar disso, ele comentou as
respostas do governador. “Pela primeira vez, tenho concordância com
Agnelo nas críticas feitas aos demais candidatos. Mas ele não conseguiu
responder por que o governo dele não deslanchou, principalmente na área
da saúde. As respostas dele são inconsistentes”, afirmou.
Pela leitura do socialista, fica claro que a campanha de Agnelo, a
partir de agora, será focada no embate contra Arruda, na formação de uma
frente que impeça a manutenção da candidatura do ex-governador, a quem
também chamou de “ficha-suja”. “Só espero que ele (Agnelo) fale ao vivo
as coisas que falou, porque no primeiro debate ele não respondeu à
altura as críticas que Arruda lhe dirigiu”, concluiu.
Fonte: Por Ariane Sakkis Correio Braziliense.
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