Marco Aurélio: vale data do julgamento do registro.
Ainda que o ex-governador José Roberto Arruda consiga na Justiça a liberação para concorrer, o embate
jurídico será longo e deverá envolver todas as instâncias da Justiça. Em
2010, o Supremo Tribunal Federal (STF) interrompeu o julgamento de um
recurso de Joaquim Roriz sobre a validade da Lei da Ficha Limpa para
aquele ano, deixando em aberto a situação do então candidato pelo PSC.
Ciente do desgaste que a situação causaria à sua campanha, Roriz
decidiu, então, abrir mão de concorrer e foi substituído pela mulher,
Weslian. Arruda garante que irá até o fim. Mas a legislação eleitoral
garante à chapa trocar os candidatos até 20 dias antes das eleições.
Arruda, Jaqueline Roriz, o marido dela, Manoel Neto, e o delator do
esquema da Caixa de Pandora, Durval Barbosa, foram condenados em
dezembro do ano passado por improbidade administrativa em primeira
instância. Jaqueline e Manoel Neto aparecem em um vídeo de Durval
recebendo maços de dinheiro. Segundo o Ministério Público do DF, os
recursos teriam origem em desvios de recursos públicos e seriam
entregues a mando de Arruda, para a compra de apoio político.
A defesa dos réus recorreu e, na última quarta-feira, o processo entrou
na pauta da 2ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do DF. O julgamento
só foi possível graças a uma decisão do presidente do STF, Joaquim
Barbosa. O ministro acatou um pedido do MP e determinou o prosseguimento
da ação no TJ. No último dia 24, o Superior Tribunal de Justiça (STJ)
havia determinado a paralisação da ação, a pedido da defesa. Os
advogados alegavam que o caso não poderia ser apreciado antes da decisão
sobre o pedido de suspeição do juiz Álvaro Ciarlini — responsável pela
condenação de Arruda em primeira instância. Com a decisão de Barbosa, a
ação voltou à pauta e Arruda foi condenado por dois votos a um. No caso
da deputada federal Jaqueline Roriz, a decisão foi unânime.
O advogado de Jaqueline, Paulo Emílio Catta Preta, questionou a
suspensão dos direitos políticos em ações de improbidade durante o
julgamento. Ele contestou ainda que o caso que levou à condenação da
parlamentar tenha relação com a Caixa de Pandora. “É um equívoco
essencial relacionar essa ação com a Operação Caixa de Pandora. Em 50
depoimentos de Durval Barbosa, não há nenhuma referência ao nome de
Jaqueline Roriz”, alega o advogado. Além desse processo, tramita no STF
uma denúncia contra a parlamentar pelo crime de peculato, com os mesmos
fundamentos. O ministro Roberto Barroso é o relator.
Fonte: Correio Braziliense.
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