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domingo, 27 de julho de 2014

Eduardo Campos: Custo de promessas chega ao menos a R$ 125 bi

Estacionado em terceiro lugar nas pesquisas, o candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) tem apresentado nas últimas semanas uma sequência de promessas até então não listadas em suas diretrizes de governo.

Tendo como público-alvo a população pobre em geral, a "caixa de promessas" de Campos apresenta custo estimado em pelo menos R$ 125 bilhões ao ano, de acordo com compilação feita pela FOLHA cinco vezes o valor destinado por ano ao Bolsa Família, carro-chefe dos programas sociais federais.

A equipe de campanha do pessebista promete divulgar a versão final do programa de governo na quarta-feira (30), com detalhamento das fontes de financiamento.

Mas, em suas entrevistas, Campos tem dito que a questão se resume à escolha de prioridades.

"O Orçamento geral da União tem recursos, sim, para fazermos a escola em tempo integral em quatro anos, para fazer o passe livre ser um direito dos estudantes brasileiros. (...) Estamos fazendo conta com responsabilidade", discursou Campos na semana passada, durante inauguração de seu comitê central, em São Paulo.

Não há estimativas de custo para a primeira promessa, de educação em tempo integral segundo o Ministério da Educação, em 2013 só 11% dos alunos do ensino fundamental do país estavam matriculados na educação em tempo integral.

Em Pernambuco, Campos elevou o índice dos estudantes nesse tipo de estabelecimento em seus dois mandatos (2007-2014). Mas, mesmo assim, só 28% da rede estadual possui escola em tempo integral ou semi-integral.

Sobre o passe livre para os estudantes da rede pública, a campanha do pessebista estima gasto entre R$ 9 bilhões e R$ 12 bilhões ao ano. Em Pernambuco, a medida não foi implantada, mas a Prefeitura do Recife, comandada por um aliado do presidenciável, acabou de sancionar lei prevendo o benefício a cerca de 14 mil estudantes.

A área de saúde também tem sido um foco das promessas recentes. Campos encampou a proposta de destinar 10% da receita bruta da União para o setor acréscimo de R$ 39 bilhões, a criação de um plano de carreira federal para os médicos e a construção de mais de uma centena de hospitais, maternidades e policlínicas no país.

ESTUDO

"Com certeza o Mais Médicos [programa do governo Dilma Rousseff para levar médicos aos rincões do país] é muito mais barato que o custo dessa carreira nacional. [Mas] Quem propõe a carreira precisa dizer qual a abrangência, quanto vai custar e como ela será financiada, senão é proposta vazia", diz Mário Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).

Ao lado de Lígia Bahia, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ele elaborou estudo sobre as propostas formalizadas pelos presidenciáveis para a área de saúde.

Scheffer também considera promessa eleitoreira o compromisso de construção de hospitais, maternidades e policlínicas em cidades-polo. "Construir novas unidades não é o mais difícil. Difícil é mantê-las depois com recursos humanos, médicos, equipamentos e estrutura." 


Fonte: Por Ranier Bragon - Portal UOL.

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