O PSB de Eduardo Campos reabriu em Minas Gerais a negociação com o PSDB
de Aécio Neves. Cogita abandonar a ideia de lançar um candidato próprio
ao governo mineiro, reativando o acordo que previa o apoio à coligação
encabeçada pelo tucano Pimenta da Veiga, ex-ministro das Comunicações de
FHC. A decisão deve sair até sexta-feira (28).
Em articulação que traz as digitais de Aécio, o entendimento pode
ultrapassar as fronteiras de Minas. Restabelecendo-se as relações, o
PSDB pode apoiar a candidatura à reeleição do governador do Espírito
Santo, Renato Casagrande, do PSB. Nessa hipótese, o tucanato
interromperia o diálogo com Paulo Hartung, que disputará o governo
capixaba pelo PMDB.
A parceria mineira de PSB e PSDB já havia sido acertada entre Aécio e
Campos. Combinara-se que um apoiaria o candidato do outro nos seus
respectivos Estados. O tucanato cumpriu o combinado, ingressando na
canoa de Paulo Câmara, o candidato do PSB ao governo de Pernambuco. Mas
Campos, sob influência de sua vice, Marina Silva, optara por desenvolver
um projeto próprio na terra de Aécio.
Sobreveio, porém, uma queda de braço entre PSB e Rede. A legenda de
Campos queria lançar o deputado federal Julio Delgado. O movimento
liderado por Marina preferia o professor e ambientalista Apolo Heringer.
Principal liderança do PSB no Estado, o prefeito de Belo Horizonte,
Márcio Lacerda, não desejava nenhum dos dois.
Eleito e reeleito com o apoio de Aécio, Lacerda sinalizara em privado
que não romperia os laços que o unem ao PSDB. Ergueram-se barricadas
também na Assembleia Legislativa mineira. Ali, a bancada do PSB integra o
bloco de apoio aos governos tucanos desde o primeiro mandato de Aécio,
inaugurado em 2003.
Rachado, o PSB de Minas e seus “hóspedes” da Rede realizaram no último
sábado uma convenção tumultuada. Que decidiu não decidir. Transferiu-se
para as Executiva estadual a tarefa de dissolver a encrenca. Conduz o
processo o próprio Julio Delgado, que preside o diretório mineiro do
PSB. No momento, discute-se a melhor maneira de reencaixar os candidatos
a deputado do PSB na coligação proporcional capitaneada pelo PSDB.
Se vingar, o acordo representará mais uma derrota de Marina Silva.
Enrolada na bandeira da “nova política”, a vice de Eduardo Campos
defendia a construção de palanques estaduais próprios, num modelo em que
a prática se ajustaria ao discurso. A tese de Marina já havia
naufragado em São Paulo, onde o PSB se coligou com o tucano Geraldo
Alckmin.
Malograra também no Rio, um Estado em que a legenda de Campos esvaziou a
opção Miro Teixeira (Pros), para associar-se à candidatura petista de
Lindbergh Farias. Fracassara, de resto, em praças como o Paraná, onde o
PSB renovou uma antiga aliança firmada com o governador tucano Beto
Richa, candidato à reeleição. Por último, a pregação de Marina volta a
fazer água em Minas Gerais. Ela já avisou: nos Estados em que as
alianças do PSB destoarem dos seus objetivos, a Rede balançará por conta
própria.
Fonte: Blog do Josias de Souza.
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