Em encontro marcado para esta sexta-feira, o diretório paulista do PSB,
partido do presidenciável Eduardo Campos, deve aprovar um indicativo de
apoio à recandidatura do tucano Geraldo Alckmin ao governo de São
Paulo. Contrária à coligação com o PSDB no maior colégio eleitoral do
país, a Rede de Marina Silva planeja desenvolver um projeto próprio no
Estado.
Reunido com Marina na tarde desta quinta-feira, Campos disse à
companheira de chapa que, na falta de um acordo com a Rede, ele não tem
como impedir a direção estadual do PSB de se acertar com Alckmin.
Segundo apurou o blog, Marina repisou sua pregação a favor de uma
candidatura própria em São Paulo. Ela considera um erro a aliança
estadual com o PSDB. Acha que fragiliza o discurso nacional, vinculado
ao “novo”. Mas ficou entendido que já não há muito o que fazer.
Majoritariamente favorável ao acerto com Alckmin, o diretório estadual
do PSB já prepara o documento que pretende divulgar nesta sexta-feira. O
texto será escorado em três estacas:
1. Indicará a intenção do partido de se coligar com Alckmin;
2. Condicionará a aliança com o PSDB à aceitação de itens programáticos.
3. Anotará que, na hipótese de o acordo com o tucanato não vingar, o
diretório do PSB de São Paulo delegará à Executiva estadual poderes para
escolher um candidato próprio da legenda ou costurar uma coligação com
outro partido.
Embora o PSB trabalhe com a perspectiva de acomodar o deputado federal
Márcio França na vice de Alckmin, o documento da legenda não fará menção
a esse fato, já notório. Uma delicadeza com Alckmin, que tem fama de
não lidar bem com pressões públicas.
Em nota divulgada antes mesmo do encontro de Marina com Campos, a Rede
escancarou, uma vez mais, suas divergências: “Em São Paulo, respondendo a
especulações de que, possivelmente, seu partido anfitrião [o PSB]
apoiaria a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), representantes da Rede
têm se encontrado com lideranças de partidos como o PPL, PHS, PRP, PPS e
do próprio PSB, com o intuito de fortalecer a proposta de uma
candidatura própria, dentro de uma coligação mais ampla.”
O grupo de Marina acrescentou na nota: “As opções iniciais da Rede,
elencadas em sua convenção estadual ocorrida em abril, são o escritor e
historiador Célio Turino, conhecido nacionalmente pelo projeto dos
Pontos de Cultura, e o ambientalista que atualmente preside o Instituto
Democracia e Sustentabilidade, João Capobianco, ambos filiados ao PSB.
Mais recentemente, com a aproximação do PHS, surgiu o nome do advogado e
vereador paulistano Laércio Benko.”
Ecoando Marina, os porta-vozes da Rede sustentam que a preocupação do
grupo “é manter a coerência”. Diz a nota: “É complicado pensar que,
enquanto Marina se une a Campos para disputarem o governo federal, em
São Paulo o PSB pode se aproximar de seu oponente natural, por falta de
opção. É nosso papel dar suporte ao projeto nacional e oferecer
alternativas viáveis a nosso parceiro, dentro da lógica de uma nova
política ética e sustentável”.
Fonte: Blog do Josias de Souza.
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