O período eleitoral começa oficialmente a partir de julho, mas para
quem quer se dar bem nas eleições usando as redes sociais é preciso
definir estratégias desde já. Especialistas acreditam que o Facebook
deverá ser a rede mais utilizada e apontam como novidade para a campanha
de 2014 o uso do WhatsApp para mobilizar a militância, disseminar
denúncias contra adversários ou se defender delas.
Especialistas na área de Marketing e Cibercultura e consultores
políticos ouvidos por A GAZETA destacam que é preciso estar presente nas
redes sociais não só no período eleitoral. E isso vale tanto para quem
tem quanto para quem não tem mandato. Outro alerta dos especialistas é
produzir conteúdo específico para cada plataforma e não ficar usando as
redes sociais apenas para replicar materiais publicados em outras
mídias, como rádio e TV.
Mesmo com o Facebook perdendo espaço para outras redes sociais, como
Google Plus, YouTube e Instagram, o consultor político e especialista em
Marketing Político Eleitoral Gustavo Fleury aposta no Facebook como
carro-chefe para a campanha nas redes sociais.
“O Facebook tornou-se praticamente uma identidade virtual de cada
pessoa (não só dos candidatos) por ele congregar texto e foto, além de
ferramentas pagas que permitem rápida, ampla e segmentada divulgação. O
Twitter continua sendo uma mídia boa para divulgar e acionar mais
facilmente a imprensa, não os eleitores diretamente”, explica Fleury.
Sobre a grande novidade desta campanha, o WhatsApp (aplicativo usado
para enviar mensagens diretas via celular), Fleury prevê o uso para três
ações principais: criação de grupos para conversação entre militantes,
apoiadores e trabalhadores; comunicação direta entre o candidato e a
população em geral, desde que a pessoa tenha demonstrado interesse em
receber informações; e o uso para disseminar boatos e ataques diretos.
O professor de Marketing da FGV/Mmurad e da Universidade Estadual do
Rio de Janeiro (Uerj) José Mauro Gonçalves Nunes avalia que o WhatsApp
será usado mais intensivamente na reta final da campanha, em especial
para atacar adversários e se defender de denúncias. Ele alerta que é
preciso tomar cuidado para não ser invasivo.
Ele afirma ainda que o Facebook “é muito importante para atingir o público jovem e o público formador de opinião”.
Experimentação
Nunes destaca que com o aumento do acesso à internet via celular há
um enorme campo de experimentação do marketing digital. Para ele, os
candidatos deverão montar uma força-tarefa para se dedicar ao ambiente
digital, com ações voltadas para conteúdo, monitoramento e respostas. “É
preciso não só oferecer conteúdo, mas também responder às críticas”,
avisa.
O jornalista e consultor político Sandro Penna acredita que os
candidatos destinarão orçamento maior para campanha nas mídias sociais e
que alguns políticos irão pagar para tentar fazer com que suas páginas
sejam mais vistas no Facebook, por exemplo. Para ele, o mais importante é
definir uma estratégia.
Já o professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em
cibercultura Lúcio Teles afirma que é preciso trabalhar a
interatividade, e falta aos políticos “aprender melhor sobre como se
apresentar e apresentar suas plataformas junto a esse público jovem, de
até 35 anos, que usa mais as redes sociais no Brasil e é muito
exigente”. (Com colaboração de Samanta Nogueira)
Candidatos e internautas - Em todas as redes sociais
Conteúdo
- Oferecer conteúdo e estar preparado para também responder às críticas, tanto os candidatos como suas assessorias.
Equipe
- Ter uma equipe dedicada ao ambiente digital, voltada para ações de
produção de conteúdo, monitoramento, resposta rápida e resposta de crise.
Respostas
- Não delegar tudo para a assessoria responder e deixar claro quando a
postagem é do candidato/político ou da assessoria. É preciso manter
presença nas redes sociais e responder pessoalmente algumas questões.
Assuntos
- Colocar propostas e posições sobre temas e assuntos sobre os quais as
pessoas estejam procurando respostas imediatas e não somente apresentar
planejamento a longo prazo, para o mandato inteiro.
Debates
- Ler e acompanhar debates em todas as redes sociais sobre petições
online e sugestão de propostas de iniciativa popular para poder se
posicionar a respeito.
Facebook
Público
- É uma ferramenta muito importante para atingir o público jovem e o
público formador de opinião. Deve ser mais usado para a construção da
imagem estratégica.
Interatividade
- É preciso trabalhar muito a interatividade e aprender a dar respostas rápidas.
Agenda
- Facilitar o acesso à agenda, quando chegar o período eleitoral.
Bate-boca
- Colocar a informação da forma mais precisa possível e evitar bate-boca com outros usuários.
Posições
- Ter um banco de respostas para as perguntas mais comuns sobre suas
posições pode agilizar e facilitar a interação com os demais usuários.
Instantâneo
- O aplicativo de mensagens instantâneas para celular deve ser usado
para mobilizar as pessoas. Pode ser muito útil para convocar pessoas
próximas para um evento, por exemplo.
Ações
- Alguns especialistas acreditam que ele será usado para ações às
vésperas do pleito, para promover ou esclarecer denúncias, por meio da
militância de campanha.
Privacidade
- É preciso ficar atento, pois o uso do aplicativo toca na questão da
privacidade, pois é preciso ter o número do telefone das pessoas e os
consumidores são resistentes a receber propaganda por celular.
Fonte:
http://gazetaonline.globo.com / .
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