Em
vídeo de 2000, antes de chegar ao Planalto, Lula condena a distribuição
de benefícios à população pelo governo FHC. Mais tarde, já presidente,
aproveita ideia do tucano Marconi Perillo de unificar o pagamento das
bolsas por meio de cartão e... Tchan, tchan, tchan, tchan! Estava criada
a bolsa família, que tirou dos coronéis os votos dos “descamisados” e
transformou o PT numa máquina de ganhar eleições.
Ou seja, o que Lula classificava de esmola se transformou, ironicamente
por sugestão de um tucano (vídeo de 2003 prova isso), no mais
bem-sucedido programa de transferência de renda do país.
Outro golpe de mestre foi a manutenção dos pilares da economia
instituídos pelo Plano Real. Desde então, a oposição ficou a comer
poeira. É bem verdade que a hegemonia petista chegou a ser abalada pelo
mensalão e pelo escândalo do dossiê fajuto dos aloprados. Mesmo assim,
Lula se reelegeu e conseguiu até o que parecia impossível: elegeu,
também, Dilma.
Agora, o Brasil vive outro cenário. Dilma se revelou o oposto da
supergerente que Lula vendeu na campanha. Se a presidente tem marca,
como bem observou Marina, é a do retrocesso na economia. Pôs em risco a
Lei de Responsabiliade Fiscal. Os juros voltaram aos dois dígitos. A
inflação anda a assombrar o bolso dos brasileiros. O crescimento
econômico deu marcha a ré. E a maquiagem das contas públicas, que
tiveram rombo recorde de R$ 9 bilhões em setembro, deixaram o Brasil sob
suspeita internacional e até ameaça de rebaixamento.
Não bastassem as turbulências na economia, a presidente luta para
desempacar as obras do PAC, paradas país afora. E acaba de transformar o
PT no Partido das Privatizações. Senão, vejamos: Dilma já vendeu o
pré-sal. Já vendeu aeroportos. E agora está vendendo rodovias. Ou seja, o
PT roubou dos tucanos o rótulo mais usado pelos petistas para demonizar
os inimigos políticos em época de eleição. Não foi à toa que Maluf,
hoje aliado de Lula desde criancinha, disse que, perto do PT, se acha um
político de esquerda. E, certamente, até mais honesto.
Fonte: Plácido Fernandes Vieira - Correio Braziliense.
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