Ele
disse ainda que está aberto às prévias dentro do PT e revelou que caso
não seja o candidato à vaga de senador, cogita nem se candidatar.
Em entrevista ao Jornal da Comunidade, o deputado Chico Leite (PT)
avaliou o trabalho da Câmara Legislativa e disse que a sociedade precisa
escolher candidatos que estejam na política pelo sonho. Sobre as
eleições de 2014, o parlamentar informou que é pré-candidato ao Senado e
disse que vai a todas as zonais do partido a fim de convencer os
companheiros de sua candidatura.
Ele disse ainda que está aberto às prévias dentro do PT e revelou que
caso não seja o candidato à vaga de senador, cogita nem se candidatar.
Como o senhor avalia o seu trabalho dentro da Câmara Legislativa?
Procurei fazer o que sempre fiz nos últimos dez anos. Fiscalizei a
aplicação dos recursos públicos diariamente para não deixar que eles
saíssem da educação e da saúde e fossem para os bolsos dos maus
políticos e dos maus empresários. Lutei pela ética na política, com
algumas vitórias nacionais como, o fim do voto secreto parlamentar, o
fim do nepotismo e a exigência de ficha limpa para ocupação de cargos
públicos, inclusive dentro da própria Casa. Contribui para a
transparência dos gastos da Câmara e para o processo de cassação de
parlamentares que registrassem desvio de conduta. Fundamentalmente, pude
preservar a nossa capital da especulação imobiliária enterrando o
PPCUB, não há sequer como discutir o projeto, porque ele não preserva,
ao contrário, desordena a cidade.
O que o senhor acha que poderia melhorar na CLDF?
A Câmara é o reflexo da sociedade que representa. Se há preferência por
causas individuais no conjunto da população, há quem represente também
esse pensamento nocivo na Casa Legislativa, defendendo interesses
individuais ou corporativos, às vezes até inconfessáveis. Nós só vamos
conseguir melhorar a Casa quando a própria sociedade fizer uma reflexão e
escolher seu candidato entre aqueles que não façam da política
profissão, que não usem o voto das pessoas como forma de ascensão
financeira, que não defendam apenas interesses econômicos financeiros,
que estejam na política pelo sonho. Não adianta a sociedade querer que
haja mais recursos na educação e votar no candidato das empreiteiras, a
omissão e o silêncio cômodo são cúmplices da corrupção. É preciso que a
sociedade vote em candidatos que se pareçam com as ideias que ela quer
ver prevalecentes, aí sim ela terá uma Casa de acordo com as causas que
ela deseja que vençam.
Como o senhor avalia seus companheiros?
Todos lá foram eleitos, não há ninguém designado ou indicado. Nós
devemos ter a humildade de reconhecer que se eles lá estão, é porque há
parcela da sociedade que os apoia, que apoia esse tipo de pensamento. É
preciso que tenhamos humildade e coragem de convencer ao invés de
perguntar às autoridades ou a Deus porque as coisas se encontram nesse
estado, perguntarmos a nós mesmos o que temos feito para transformar,
para mudar a situação.
Tenho notado que há muito o que se fazer e os interesses são muito
ecléticos, diferentes. Mas tenho percebido de parte dos colegas
amadurecimento para compreender que é necessário cortar na própria carne
e abrir mão de interesses meramente individuais ou corporativos quando a
sociedade deseja. Conseguimos reduzir o número de projetos
inconstitucionais, às custas de muito desgaste, em mais de 200%,
cassamos um parlamentar e há outros processados. Rejeitamos projetos do
Executivo, como o PPCUB e a LUOS, isso é positivo.
Como está a relação do GDF com a Casa?
A relação é a mesma que assisto há dez anos em governos diferentes. Há
contrariedades, debates, interesses legítimos e ilegítimos,
transferências de culpa. Enfim, a disputa própria do Estado de direito
que diz que os poderes são interdependentes e harmônicos. O problema é
que o Executivo é quem tem a chave do cofre, quem executa e, se
aproveita aqui e ali da fragilidade de alguns parlamentares para tentar
fazer do Legislativo um mero apêndice ou secretaria do poder Executivo.
Como o senhor analisa o posicionamento do Ministério Público diante de alguns projetos do governo?
O Ministério Público é apartidário, seu partido é a lei. As reclamações
feitas sobre o posicionamento do MP eu já ouvi dos ex-governadores
Roriz e Arruda, eles também diziam que o Ministério Público era petista e
o perseguiam. Não me parece de bom senso que o estadista só considere a
Justiça, o Ministério Público, quando eles se manifestam a seu favor.
O que o senhor acha do atual governo?
O governo é muito melhor em matéria de investimento do que parece. É
claro que uma aliança tão ampla como a que foi construída acaba
produzindo um governo sem face. A gestão administrativa que nos
primeiros dois anos pecou muito, hoje já mostra acertos com calendários
de obras, com organização orçamentária, com planejamento e para isso, a
vinda do secretário Berger (Casa Civil) foi fundamental. Mas, a gestão
política continua muito deficiente, pois o governo que mais investiu na
saúde nos últimos 30 anos e que contratou 11 mil funcionários nessa
área, continua sendo profundamente criticado exatamente na saúde, isso
porque não há relação política. O governo não se relaciona com a
sociedade civil organizada, não dialoga com a população, não consegue
fazer esses investimentos se refletirem em percentual de aprovação das
pesquisas.
O senhor acredita na reeleição de Agnelo Queiroz?
Eu defendo as mesmas causas que forjaram o partido de defesa dos mais
necessitados, como a ética, a transparência, a inclusão social, a
transformação da sociedade em um conjunto mais fraterno e mais igual.
Por isso, não defendo pessoas, mas projetos, causas. Se o governo
conseguir ajustar sua relação com a sociedade ao ponto de mostrar a ela
no quê optou por investir, já que prioridade não é discurso é
investimento, há plena possibilidade de uma reeleição.
Qual sua expectativa pessoal para as eleições do ano que vem?
Sou pré-candidato ao Senado, já formalizei à direção regional do
partido a minha pretensão. Vou caminhar de agora até março por todas as
zonais para tentar, humildemente, convencer os companheiros de que posso
ser esse senador das causas petistas originais, de um partido de
estratégia de política pública e não meramente de táticas eleitoreiras.
Haverá prévias?
Ouvi falar que há outros pretendentes pela vaga. Se aparecerem, me
submeterei humildemente às prévias. Se houverem pré-candidatos de fora
do partido, da aliança, eu os convidarei a debater dentro do partido,
não abrirei mão do debate. Minha candidatura ao Senado é pra valer,
cogito inclusive, de não sendo candidato ao Senado, não me candidatar a
nada.
Como está a movimentação dentro do PT para a escolha do candidato ao Senado?
Há motivos de sobra para que a vaga seja do PT e não de outro partido,
mesmo que seja da aliança. O DF tem três senadores, o PT é o partido com
maior percentual de apoio da população e não tem nenhum senador. Penso
que o melhor candidato ao Senado na chapa é aquele que, se afinado com
os princípios de ética, transparência e defesa de causas, mais ampliar
na sociedade civil.
O que o senhor espera das eleições de 2014?
Vai ser uma eleição de disputa de projetos e ideais, de reflexão sobre
trabalhos. Por isso é que trabalho tanto, porque nunca terei voto por
dinheiro, por beleza, vou ter apoio pelo que fiz e pelo que demonstrei
pensar nas minhas realizações.
Qual sua opinião sobre os pré-candidatos ao governo?
Há alguns nomes que a folha corrida me impede de fazer qualquer
avaliação em respeito ao povo do DF. Mas há candidatos competitivos como
(deputado) Reguffe e (senador Rodrigo) Rollemberg, eles têm o meu
respeito. Toninho, do Psol e Eliana, do PPS, que correm por fora, também
tem seus apoiadores leais.
Como o senhor enxerga o cenário presidencial?
A presidente Dilma já dá nítidas demonstrações de ser a melhor opção. O
cenário presidencial pode influenciar, inclusive, aqui no DF e
vice-versa, porque o DF é vitrine. Só em abril será possível fazer uma
avaliação mais concreta do quadro eleitoral ou desenho das alianças. Por
enquanto, com todas as dificuldades que a Dilma tem passado, ao
suportar o eixo amplo demais de alianças e as crises internacionais, as
pesquisas têm demonstrado que ela é a melhor opção.
O que o eleitor do DF busca em um candidato?
As manifestações de rua deixaram claro que a sociedade espera alguém
ético, comprometido com a preservação da capital e que tenha capacidade
técnica e política de realizar. Honestidade é obrigação, o que deve
contar é o trabalho.
Fonte: Jornal da Comunidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário