ACESSOS

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Chiclete, Roriz, Arruda. Agnelo sumirá?

Agnelo Queiroz

Sapoti produz um látex com alto teor de açúcar. A planta também é conhecida como Chicle e dela é extraída a base para a fabricação de uma marca registrada de guloseima que foi conhecida mundialmente como Chiclete. Hoje é substantivo, deixou de ser marca e denomina dezenas de outros concorrentes.

Nos anos 40 nasceu no Brasil o primeiro chiclete que foi o Ping Pong. Depois vieram Ploc, Bubbaloo, Clorets, Trident e derivados, não necessariamente nessa ordem. As recomendações eram para que ninguém ingerisse essa mania inconveniente de ficar mascando algo que não serve para nada, a não ser fazer muito mal.

Agnelo Queiroz
Na publicidade e na propaganda – que são ciências irmãs diferentes – evitar aquilo que pode virar chiclete é fundamental. Faz mal à saúde da imagem. Esse diagnóstico só pode ser revelado pela experiência de quem está habituado ao mundo publicitário, não propagandista. E essa competência é restrita a profissionais que frequentam mercados em todos os continentes onde entender a essência do ser humano é fundamental.

Só existe um sentido nessa ciência, que para ter sucesso ou chance de sobrevivência, segue sempre o ponto de partida que é a publicidade em direção à propaganda. Nunca ao contrário. É assim nos EUA, na França, no Japão, na Inglaterra... Por um motivo lógico: quem patrocina a experimentação de resultados é a publicidade, as empresas e produtos, que investem milhões de dólares para atingir o estômago das populações. E com um dispositivo que não permite erros, que é o gráfico de vendas. Se o profissional errar está morto!

Agnelo Queiroz
A propaganda não imprime o mesmo nível de exigência, é quase que uma loteria se não utilizar técnicas da publicidade eficazes. A pesquisa é algoz em relação a isso e os políticos não são necessariamente experts no assunto para perceber o fenômeno. Mas estão sempre de olho em pesquisas.

Embora não revelem a verdade absoluta, as pesquisas, qualitativas ou quantitativas, são uma excelente ferramenta de orientação, se forem bem tabuladas e analisadas. No cenário político, o Brasil consagrou jornalistas de ocasião como gestores dos setores de comunicação de seus órgãos durante décadas, porque há uma preocupação demasiada com a imprensa.

Agnelo Queiroz
Uma boa relação com veículos de comunicação é imprescindível, mas não é tudo. Não bastam tratativas com chefes de redações para construir um cenário favorável. Nem tapinhas nas costas do Tribunal de Contas e do Ministério Público. É necessário técnica em comunicação de massa para chegar ao coração da massa de eleitores. É a massa que ainda tem capacidade de se sobrepor aos poderes.

No Distrito Federal, a propaganda nunca produziu isso. Ela apenas deu sustentação a nomes que abduziram os eleitores, como Roriz e Arruda, por talento nato de ambos. No conceito coletivo são produtos muito bons, de alta qualidade, frequentes nas mesas das famílias. Fazer comunicação para eles é como produzir campanhas para a Coca-Cola. Isso é revelado nas múltiplas pesquisas realizadas todo o tempo. O trabalho facilitado pelos bons produtos (na opinião dos eleitores) esconde a realidade existente. Roriz e Arruda podem, sim, ter uma comunicação sem requinte técnico porque ambos são marcas dominantes.

Agnelo Queiroz
No caso de Agnelo Queiroz a velha fórmula terá muita dificuldade de avançar. E mais uma vez as pesquisas revelam um cenário cruel: divulgaram agora que o Distrito Federal tem a segunda pior avaliação de um governo no Brasil. A realidade pode não ser compatível com o resultado de seu trabalho – basta analisar alguns Estados do Nordeste – e qualquer indivíduo minimamente informado percebe isso, que algo está errado com a sua imagem. Mas foi a população que disse. Virou chiclete. É o voto útil agindo com antecedência. E quem vai assumir a responsabilidade pelo fracasso? Ninguém, se é que haverá alguém para abrir a embalagem do chiclete e mastigá-lo.

Mas a mastigação atual de Agnelo Queiroz só conhece um jeito que é a coisa fácil de ter um Trident que todos cospem. Pior, ninguém quer descascar.

Agnelo Queiroz
Se o desejo de abandonar a política for uma decisão de foro íntimo, não revelada até agora, então está tudo explicado. É possível entender seus movimentos, a sua forma de comunicação, a construção de sua imagem e a consolidação fatal da opinião pública sobre sua avaliação de desempenho. Ele é produto, mas não é Coca-Cola, que por pior que faça aos seus consumidores, segundo os técnicos, está na mesa de todos e é adorada. Mas esse é um assunto para quem entende de produtos. Não para propagandistas.

Pode ser que o cidadão Agnelo Queiroz, que é também consumidor, tenha recebido na infância um exemplar do autor Erich von Däniken, The Chariots Of The Gods?, título traduzido como Eram os Deuses Astronautas?, em que maias e astecas supostamente tinham contatos extraterrenos.

Independente disso, eles já mascavam chicletes naquela época e desapareceram.

Fonte: Informações Notibras / Guardian Notícias - redacao@guardiannoticias.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário