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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Operação Átrio: dois distritais sob suspeita


Washington Mesquita

As investigações da Operação Átrio, da Polícia Civil, continuam causando estragos no mundo político do Distrito Federal. Depois da prisão dos administradores Carlos Jales (Taguatinga) e Carlos Sidney de Oliveira (Águas Claras) e da "condução coercitiva" imposta ao ex-governador do DF, Paulo Octávio (PP), que foi obrigado a prestar esclarecimentos na delegacia, os investigadores levantam suspeitas de envolvimento de dois deputados distritais no episódio.

Documentos aos quais o Blog teve acesso mostram diálogo telefônico mantido entre o ex-governador e o deputado Washington Mesquita (PTB). Segundo os policiais, o petebista agradece a Paulo Octávio pela reforma de seu apartamento novo e convida o ex-governador para tomar um vinho na inauguração. "Muito obrigado mesmo!”, diz trecho do diálogo atribuído ao distrital.

Mesquita foi o responsável pela indicação de Carlos Jales para o cargo de administrador regional de Taguatinga. Paulo Octávio, é filiado ao PP e dono de uma das maiores construtoras do DF.

Procurado pelo Blog, Washington Mesquita afirmou ter comprado o imóvel ainda na planta e solicitou uma reforma. Disse ainda estar tranquilo em relação às investigações porque, segundo ele, "tudo foi feito na mais perfeita legalidade".

Paulo Octávio

Noutro trecho, Paulo Octávio conversa com o empresário Márcio Machado, ex-secretário de Obras do governo Arruda e membro da Executiva do PSDB/DF. No diálogo, o tucano fala de uma obra que está com seu projeto encaminhado, mas que estaria faltando apenas o Relatório de Impacto de Trânsito (RIT), documento necessário para a liberação de alvarás para obras de grande porte, como condomínios residenciais, por exemplo.

Paulo Octávio diz ter conversado com o líder do Governo na Câmara Legislativa, deputado Chico Vigilante (PT) para resolver o problema. "Chico, é um absurdo pedir RIT, que o próprio governo demora aí (sic) demais para dar", registrou a escuta autorizada pela Justiça.

Segundo o ex-governador afirma no diálogo interceptado, o deputado teria respondido: “Vou falar com o administrador e ver se libera sem o RIT".

Noutro documento que compõe o dossiê da Operação Átrio, os investigadores também levantam suspeitas sobre o suposto envolvimento administrador de Ceilândia, Aridelson Almeida, nos fatos apurados. Há suspeitas de que ele teria sofrido "ingerências" por meio da intervenção de Carlos Jales. Ele foi indicado para o cargo por Chico Vigilante.

Até a publicação deste material, o líder Vigilante, Márcio Machado e o ex-governador Paulo Octávio não haviam se posicionado em relação a esses fatos. Aridelson não foi localizado.

Fonte: Odir Ribeiro.

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