"Pedi demissão porque quis, ao contrário do que se comenta na imprensa."
As operações Elementar e Miquéias realizadas no Distrito Federal e em
oito estados brasileiros pela Policia Federal e MPDFT, deflagradas no
dia 19 de setembro pela Polícia Federal, desarticulou um esquema de
lavagem de dinheiro que movimentou R$ 300 milhões num período de um ano e
meio, e pode ter causado um prejuízo de R$ 50 milhões a fundos de
pensões municipais.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo um relatório da inteligência da
PF, aponta supostas relações do então presidente do Instituto de Gestão
Previdenciária do Tocantins (Igeprev), Rogério Villas Boas, com Fayed.
Procurado pelo blog o ex-presidente do instituto desabafou. "Conheço
Fayed há muitos anos, com ele sempre mantive amizade que só se
aprofundou depois de sua prisão, a anterior a Operação Miquéias. Ele
demonstrava ter sido abandonado por alguns dos seus velhos amigos. Com
nossas famílias, esposas e filhos íamos ao cinema e a almoços. Andei
naquele barco uma única vez, meus filhos, os filhos dele e nossas
esposas. No show da Beyoncé eu e minha família ficamos no camarote dele,
as duas famílias. Não tenho nada a esconder" relatou Villas Boas.
Prossegue Villas Boas ao blog. "As insinuações que estão fazendo são
maldosas, descabidas e caluniosas, pois nunca, nunca, tivemos ou fizemos
qualquer tipo de negócio. Desafio quem quer que seja a provar o
contrário. A única vez que ele me falou de negócios foi no ano passado
quando mostrou interesse de implantar um sistema de medição digital na
CEB, falei para ele que não podia ajudá-lo." Declarou o ex-presidente do
Igeprev.
Villas Boas era, até semana passada, o presidente do Instituto de
Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins. Pelas investigações da
polícia, o instituto teria sido um dos mais prejudicados até o momento
pela atuação do grupo de Fayed.
Tido como de confiança do governador Siqueira Campos, Villas Boas
deixou o cargo que havia assumido em fevereiro deste ano e explica:
"Aceitei um convite feito pelo governador Siqueira Campos para ocupar o
cargo no Instituto, tive como missão organizar a instituição, e durante
o tempo que fiquei a frente dela jamais fiz nenhuma aplicação, muito
pelo contrário, seguindo determinação do governador fiz um TAC (Termo de
Ajustamento de Conduta) com o Ministério da Previdência Social com o
objetivo de sanar possíveis problemas deixados pelas gestões anteriores,
e a cada 60 dias eu fazia uma prestação de contas da nossa gestão ao
ministério. Fui ocupar o cargo com a finalidade de por a casa em ordem.
Ninguém vai encontrar nenhum ato, nenhum documento assinados por mim que
determine aplicações financeiras na minha gestão.
Depois que teve seu nome vinculado ao grupo de Fayed, Villas Boas diz
que pediu demissão. "Pedi demissão porque quis, ao contrário do que se
comenta na imprensa. Não existe nenhum envolvimento meu nessa
historia." Diz o ex-presidente do Igeprev.
A organização do doleiro Fayed Traboulsi e de Marcelo Toledo é
investigada por supostos desvios de R$ 50 milhões de fundos de pensão.
Já o presidente da Agência Tocantinense de Notícias do Governo
Estadual, em entrevista, respondeu sobre a citação do nome de Villas
Boas na investigação que, “todo e qualquer fato inerente a ele quem tem
que falar é ele. O que há no inquérito atribuído a ele era de quando ele
não era ainda presidente do Igeprev”, finalizou.
Fonte: O globo/ Jornal O Estado de São Paulo e governo do Estado de Tocantins / Blog do Edson Sombra.
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