O diretor-geral da Transporte Urbano de Distrito Federal (DFTrans), Marco Antonio Campanella, está sendo acusado pelo proprietário do Grupo Amaral, Dalmo Josué Amaral, de extorsão. Segundo a denúncia, enviada ao Tribunal de Contas do DF, pessoas ligadas a autarquia, sob ordens do diretor, exigiam que o grupo comprassem passagens aéreas, sob ameaças de represálias as empresas da família.
Na denúncia, Dalmo Amaral afirma que, em julho de 2011, o então chefe de Gabinete da DFTrans, Vítor de Abreu Corrêa, passou a exigir a compra das passagens, fato que se repetiu na chefia de Daniel Abreu Corrêa, irmão de Vítor.
O esquema
A compra das passagens eram requeridas a Carol Pereira, funcionária
do Grupo Amaral, que despachava bilhetes com destino para São Paulo, Rio
de Janeiro, Recife, Vitória (ES) e Campo Grande (MS).
Segundo o filho de Dalmo, Valmir Amaral, o repasse dos bilhetes foi feito até dezembro de 2012
“Eles começaram extorquindo com passagens. Quando meu pai cortou eles
tomaram as nossas empresas”, alega Valmir Amaral. Ele completa: “Se
fossem somente as passagens tudo bem, mas levaram até as empresas”.
Campanella nega as acusações e afirma que as passagens eram para
sindicalistas que participariam de um evento em São Paulo. Ele diz que
a DFTrans não pode pedir “favores”, mas confirma que pelo menos um
servidor comissionado da autarquia recebeu as vantagem.
Saiba Mais
Campanella afirma que as acusações são apenas uma retaliação às ações do GDF contra o Grupo Amaral.
Ele nega qualquer pedido de cortesia, mas não afasta a possibilidade
de que algum funcionário, sem o seu conhecimento, tenha pedido.
Campanella se lembra de um pedido apenas
De acordo com a denúncia, pelo menos 32 bilhetes foram emitidos pelo
Grupo Amaral entre 2011 e 2012 para atender o DFTrans. Marco Antonio
Campanella diz que lembra apenas de um pedido de compras de passagens de
avião que foi feito para o transporte de sindicalistas. O diretor diz
que foi o próprio Dalmo Amaral que se ofereceu para pagar as passagens
aéreas para os sindicalizados, que não puderam ir no ônibus de viagem.
Campanella afirma que ele é quem foi ameaçado. “Eu recebi uma ameaça,
de Valmir Amaral, de que iria me denunciar por causa de umas passagens
que ele teria me repassado”, contra-ataca Campanella, que continua: “É
provável que meu chefe de gabinete tenha pedido para entidade e não para
pessoas ligadas a mim”.
Apesar da negativa, o servidor Wanderson Maia Nascimento, que segundo
o Portal da Transparência exerce cargo de chefia na DFTrans, viajou em
16 de maio de 2012 de Brasília para Campinas, com destino ao Rio de
Janeiro. Vítor Corrêa e Carol Pereira não foram encontrados para
comentar as transações.
Fonte: Jornal de Brasília - Suzano Almeida - suzano.almeida@jornaldebrasilia.com.br
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