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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O dilema de Raad Massouh


Os membros Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Legislativa do Distrito Federal decidiram ontem pela regularidade, legalidade e constitucionalidade do processo por quebra de decoro parlamentar instaurado contra o Deputado Raad Massouh, em consequência de investigação conduzida pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Distrito Federal, em consequência do uso irregular de emenda parlamentar de sua autoria cujos valores foram desviados em parte, no ano de 2010, no governo de Rogério Rosso.

Trata-se do primeiro caso de maior gravidade da era pós Caixa de Pandora, um nome que pegou, mas cujo significado vem sendo estendida para outras situações irregulares, tamanha a quantidade de atos e fatos do escuro da política local, que vem mobilizando o noticiário distrital e nacional, envolvendo nossas autoridades distritais.

De lá para cá, tivemos um senador do DF condenado por improbidade administrativa, cujo processo já se encontra no Superior Tribunal de Justiça e cuja pressão em cima do relator, Ministro Castro Meira, não tem se mostrado nada republicanas, e envolve, nesta pressão, autoridades locais e nacionais, inclusive o apoio em 2014, dando margem aos intérpretes do noticiário local, de que há cheiro de pizza no ar.

Por sua vez o governador Agnelo Queiroz se vê às voltas com a abertura de mais um inquérito, desta vez autorizado pelo Supremo Tribunal Federal por envolver também um deputado federal de Minas Gerais, por negócios também nada republicanos da época em que era Diretor da ANVISA, ao qual se somam os que estão em apuração no STJ, inclusive o do suposto apoio financeiro através de agência de publicidade do GDF para atacar adversários políticos nas redes sociais através de personagens fictícios.

Mas onde entra o dilema de Raad Massouh. Ele aparece na medida em que o seu processo avança e o parlamentar enxerga cada vez menos possibilidades de escapar da cassação. Para quem posou de paladino da moralidade, obteve uma vitória convincente nas eleições de 2010, justamente por ter virado às costas para o então governador Arruda, e agora se vê envolvido em processo por irregularidade na aplicação de recursos, que pode resultar no seu afastamento definitivo da política, é a completa desmoralização.

Este é um preço que Raad Massouh está a refletir se deve pagar sozinho. Conhecedor profundo dos bastidores da política local, principalmente na atual legislatura, quando assumiu em definitivo a cadeira de deputado distrital, pois na anterior era mero suplente e só foi efetivado pela cassação de Leonardo Prudente, sua saída de forma desmoralizada o coloca no dilema de falar ou não falar tudo que viu e ouviu de 2010 para cá. Agora é esperar a contagem regressiva e podermos, quem sabe, assistir as tristes cenas dos próximos capítulos, pois há muita gente sem dormir.

Por Odir Ribeiro 

Fonte: Blog do Odir

Um comentário:

  1. Gente, fiquei horrorizada.
    Recebi umas mensagens denunciando diversas problemas envolvendo alguns Deputados de Brasília. Que triste ver tanta coisa ruim acontecendo. Será que nossa cidade não vai se ver livre de tanta bagunça.
    Será que tudo isso é verdade mesmo?

    BOM DIA BRASIL - GLOBO , edição do dia 05/09/2013

    http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2013/09/locadora-de-veiculos-que-atende-deputado-distrital-fica-em-pizzaria.html
    Locadora de veículos que atende a deputado distrital fica em pizzaria

    Deputado Doutor Michel chegou a pagar IPVA, seguro e licenciamento do carro alugado. Câmara dos Deputados resolveu investigar as denúncias.
    Rita YoshimineBrasília, DF
    O Bom Dia Brasil descobriu mais uma irregularidade nos gastos de aluguéis de carros oficiais em Brasília. Onde deveria funcionar uma locadora de carros funcionava uma pizzaria. É mais uma denúncia sobre a farra do aluguel de carros com o dinheiro público.
    Desde o começo do mandato, o presidente da Comissão de Ética, deputado Doutor Michel, aluga uma caminhonete de luxo.
    De 2011 para cá, gastou um pouco mais de R$ 108 mil. Detalhe: em 2012, ele pagou ainda o IPVA, o seguro e o licenciamento do veículo alugado.
    Há recibos e notas fiscais referentes ao aluguel do carro feito pelo deputado Doutor Michel. O Bom Dia Brasil foi endereço que consta nos documentos, só que no local, nada de locadora de veículos. Na verdade, o que existe é uma pizzaria.
    Segundo funcionários, a pizzaria funciona a sete meses no local. “Começou em fevereiro, dia 11. Desde então, funciona como pizzaria. Não tem nada a ver com locadora de veículos”, declara Eva Cristina, funcionária da pizzaria.
    O parlamentar informou que pagou os impostos do carro quando a lei distrital ainda permitia, que a empresa funciona na casa do dono e que vai pedir a ele a correção dos dados da nota fiscal.
    “Se ele não fizer as coisas conforme manda a transparência, nós vamos entregar o carro dele e vamos locar em outra locadora porque nós não temos interesse nenhum em mantermos nada errado aqui na Câmara. Transparência é o nosso trabalho. Nós trabalhamos em cima da transparência”, diz o Doutor Michel Oliveira, deputado distrital.
    Nós tentamos falar com o empresário, no celular fornecido pelo deputado, mas estava fora de área ou desligado.
    Como o Distrito Federal não é município, a Câmara Legislativa é uma mistura de Câmara de Vereadores e Assembleia Estadual. Somando salário, cota para contratar funcionários, auxílio-alimentação e verba para gastos de gabinete, como gasolina e aluguel de carros, cada um dos 24 distritais recebe, por mês, R$ 157 mil. Total de R$ 3,7 milhões aos cofres públicos.
    “Se os nossos representantes, que têm o papel de fiscalizar e de mostrar, apontar os caminhos adequados para a utilização adequada dos recursos, se eles se comportam dessa forma, nós não temos mais nenhuma expectativa em cima dessa Câmara Legislativa”, declara José Mathias Pereira, especialista em administração pública.
    Depois que nós mostramos denúncias semelhantes envolvendo deputados federais, a Corregedoria da Câmara abriu processo para investigar as suspeitas de irregularidades no uso de verba pública para pagar aluguel de carros e outros serviços. A Corregedoria vai ter 45 dias para analisar o processo, que depois será encaminhado para mesa diretora e para a Comissão de Ética.”

    Apurou-se que o “dono” da locadora, vinculado a empresa GABEIRA Veículos, de nome Fernando (conhecido como Gabeira), além de ter locado o veículo ao Deputado Distrital Michel, TAMBÉM FOI NOMEADO PELO MESMO NA ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DA FERCAL, próximo a Sobradinho DF.

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