Delegado
que investigou Raad enumera irregularidades na aplicação de emenda
liberada pelo distrital para evento rural em 2010. Divulgou ainda
escutas telefônicas nas quais o parlamentar comemora a saída dele da
Decap
Enquanto o delegado Flamarion Vidal prestava depoimento ontem na Comissão de Ética da Câmara Legislativa, o deputado Raad Massouh (PPL) mantinha as mãos ocupadas com um masbaha, uma espécie de rosário com contas, de origem árabe. À medida que a sessão esquentava, o distrital nascido na Síria apertava ainda mais o acessório, usado para aliviar a tensão. |
Os depoimentos de ontem na Comissão de Direitos Humanos, Cidadania,
Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa complicaram ainda mais a
situação do distrital Raad Massouh (PPL), alvo de um processo
ético-disciplinar de cassação por quebra de decoro. O delegado Flamarion
Vidal, da Polícia Civil do DF, que participou das investigações sobre
um possível esquema de desvio de recursos de uma emenda de R$ 100 mil
envolvendo o deputado, definiu o caso como “um festival de ilegalidades e
irregularidades”. Ele fez um trocadilho com o nome do evento — Festival
Rural e Ecológico de Sobradinho, realizado em outubro de 2010.
Flamarion Vidal reforçou as informações passadas à comissão, na semana
passada, pelo também delegado Henry Peres Ferreira Lopes. Os dois
participaram da investigação que resultou no indiciamento do parlamentar
e de outras pessoas pela Delegacia de Investigação de Crimes contra a
Administração Pública (Decap). No entanto, o depoimento de Henry foi
desqualificado a pedido da defesa de Raad, que justificou não ter sido
convocada para a sessão.
Ex-titular da Decap, Flamarion contou que a investigação foi baseada na
denúncia de que ocorreram desvios de recursos da emenda para a
realização de dois dias de shows. O evento era para um público de 10 mil
pessoas e cinco atrações. Mas ocorreu em um só um dia, com a
participação de duas bandas e cerca de 100 pessoas. O delegado ressaltou
que o dinheiro deveria ter sido usado todo para pagar os cantores, que
teriam recebido pouco mais de R$ 30 mil. “Aquilo foi um show de
horrores”, disse o policial, sobre as ilegalidades na contratação.
O delegado também citou trecho de uma escuta telefônica, feita com
autorização judicial, na qual Raad comemora a saída dele da Decap, dando
a entender que teria pedido a retirada do policial do caso. O deputado
diz, no trecho, que a investigação seria arquivada. De fato, Flamarion
foi retirado num momento de mudanças gerais na Polícia Civil. Ontem, o
diretor-geral da PCDF, Jorge Xavier, disse que a saída do delegado da
Decap não ocorreu por pressão e que as investigações policiais foram
mantidas.
A Comissão de Ética ouviu ainda Jorge Soares da Rocha, ex-gerente de
Agricultura da Administração Regional de Sobradinho. Ele assinou como
executor do contrato do evento. Disse aos distritais que não sabia o que
estava validando e que só o fez por determinação do então administrador
da cidade, Carlos Augusto Barros. Outra testemunha, arrolada pela
defesa, foi o advogado e servidor do Senado Eufrázio Pereira da Silva.
Ele tentou defender Raad e o antigo administrador, mas se complicou ao
confirmar que tem dois filhos no GDF por indicação do distrital. Hoje,
serão ouvidos Carlos Barros e Raad. O deputado não quis se manifestar
ontem.
Fonte: CorreioWeb - Por Almiro Marcos
Este dep. RAAD e o Campanella, dono do DFTrans, que lá montou a sede do partido, são do PPL, partido dos párias ainda livres!
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