Sucessão.
Mandato de procurador-geral termina na quinta-feira. Com lista tríplice
desde abril, Dilma Rousseff ainda não indicou um substituto

O atual procurador fez parte do extinto Tribunal Federal de Recursos. Antes, entre 1987 e 1989, foi presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República -durante parte da Assembleia Nacional Constituinte.
Gurgel foi indicado como procurador-geral da República pelo ex-presidente Lula e iniciou o mandato em 22 de julho de 2009.
Após dois anos de mandato, o procurador voltou a liderar a lista tríplice da ANPR e foi reconduzido para mais dois anos no comando do Ministério Público Federal. Roberto Gurgel é casado e tem dois filhos.


Pela terceira vez na história, o cargo de procurador-geral da República deverá ficar vago, em função da demora na indicação do substituto feita pelo presidente da República. O segundo mandato de Roberto Gurgel termina na próxima quinta-feira. Embora a lísta tríplice com os nomes da preferência dos procuradores esteja nas mãos da presidente Dilma Rousseff desde 19 de abril, o substituto ainda é uma incógnita.
Na eleição, organizada pela ANPR (Associação Nacional dos
Procuradores da República) há 10 anos, venceu o subprocurador-geral
Rodrigo Janot, seguido das subprocuradoras Ela Wiecko e Deborah Duprat.
Será uma oportunidade de o Ministério Público ser comandado por uma
mulher, para um mandato de dois anos. Para isso, porém, Dilma terá que
pôr fim a uma tradição. Apesar de não ser obrigada a segui-la,
desde a época do ex-presidente Lula a indicação tem respeitado a
vontade da categoria e o mais votado, efetivado. Caso contrário,
Rodrigo Janot, derrotado na eleição ocorrida em 2011, é o favorito.
Para ser nomeado, o novo procurador-geral da República deverá passar
por sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado e
ter o nome aprovado pelo plenário.
Demora
A escolha do procurador-geral não tem sido uma tarefa prioritária.
Nos últimos quatro anos, o cargo foi ocupado por interinos. Em 2009,
Antônio Fernando de Souza saiu e Deborah Duprat foi procuradora-geral
por 12 dias. Em 2011, Gurgel foi escolhido pela categoria para ser
reconduzido, mas a nomeação atrasou 20 dias. No período, Eugênio
Aragão exerceu a função.
O procurador-geral é viso como uma espécie de ‘12o ministro do
Supremo Tribunal Federal’. Cabe ao ocupante do cargo ser consultado em
ações de inconstitucionalidade e nos processos que chegam à Corte.
Ele também propõe, por exemplo, a abertura de ações penais.
O tempo não para Roberto Gurgel se despede deixando um árduo acervo
de processos a serem analisados pelo sucessor. Estima-se em torno de 4
mil processos que ainda aguardam parecer do Ministério Público antes
de serem julgados pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Na mesa do procurador está, por exemplo, a ação do escândalo
ocorrido em 2009 e que ficou conhecido como mensalão do DEM e tem como
principal investigado o ex-governador do Distrito Federal José Roberto
Arruda.
Gurgel sai sem ver concluído o julgamento do mensalão, que já tinha
sido herdado do antecessor, e deixando um clima de incertezas no
Ministério Público, mas de alívio entre uma ala de procuradores. O
episódio do afastamento da vice-procuradora geral Deborah Duprat por
divergir da opinião no julgamento do projeto que inibe a criação de
novos partidos foi considerado o maior ponto negativo. Agora, o
procurador tende a optar pela aposentadoria.
Fonte: Jornal Metro Brasília - Por Marcelo Freitas Metro
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