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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Delegado do DF diz que mudança em investigação agradou deputado

Distrital é suspeito de dar dinheiro de festa para sindicato de Sobradinho.

O delegado Flamarion Vidal afirmou durante depoimento na Comissão de Ética da Câmara Legislativa nesta terça-feira (13) que teve acesso a uma conversa telefônica do deputado Raad Massouh.

Segundo Vidal, na gravação o distrital comemora o afastamento do policial das investigações sobre desvio de verba pública de uma emenda do parlamentar.

Durante o depoimento, o delegado reproduziu trechos do telefonema, que segundo ele foi gravado logo após o afastamento do policial das investigações, em novembro de 2011. “A minha sorte, sabe qual é? É que mudaram o delegado de lá hoje. O delegado de lá é contra mim, vai querer me indiciar”, disse Vidal à Comissão de Ética da Câmara.

O deputado Raad Massouh não se manifestou nesta terça-feira. Ele pediu para ser ouvido na Comissão de Ética nesta quarta-feira (14).

O diretor-geral da Polícia Civil do DF, Jorge Xavier, disse que a transferência de Flamarion Vidal não paralisou as investigações do caso.

 “A remoção de Flamarion da Decap [Divisão Especial de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública] ocorreu junto com outras 42, em outra gestão, e o inquérito foi concluído normalmente com o indiciamento do deputado”, disse o diretor.

Na semana passada, o ex-delegado da Decap, Henry Lopes, afirmou que R$ 47 mil dos R$ 100 mil da emenda parlamentar do deputado Raad Massouh para a realização do 1ª Festival Rural Ecológico de Sobradinho foram destinados ao Sindicato Rural de Sobradinho. Segundo o delegado, R$ 70 mil foram desviados.

Segundo o relator do processo, Joe Valle, a expectativa é que até 21 de agosto a comissão vote sobre a quebra de decoro parlamentar do deputado. A data limite para emitir um parecer para a Câmara é 11 de setembro. A próxima reunião da comissão está marcada para a próxima terça-feira (13)

A verba da emenda do distrital foi repassada para a administração de Sobradinho, que contratou a produtora cultural MCM. Foi essa empresa que negociou com a Rural Tour, que contratou bandas para tocarem no evento.

O delegado Henry Lopes chefiava as investigações sobre o caso na época da realização da festa. Ele afirmou que rastreou a emenda parlamentar e que descobriu irregularidades.

Segundo ele, a verba de R$ 100 mil era destinada ao pagamento de cinco bandas, que deveriam tocar em dois dias de evento para um público de 10 mil pessoas. Lopes afirmou, no entanto, que a festa durou uma noite, que 100 a 150 pessoas estiveram presentes e que apenas duas bandas tocaram.

"Parte dessa [verba] foi parar na conta do Sindicato Rural, a Rural Tour,  na pessoa de Maria Inês Viana, que à época presidia o sindicato e posteriormente veio a ser funcionária do gabinete do deputado Raad Massouh", disse Lopes.

Segundo o delegado, as bandas receberam um valor menor do que aquilo que foi dito. “O valor total das cinco bandas, da liberação da emenda, era R$ 100 mil. Somente R$ 30 mil foram efetivamente pagos", disse Lopes.

 O delegado afirmou que o deputado participou do evento. Segundo informações do inquérito, Massouh "discursou na qualidade de autor da emenda".

Fonte: Portal G1DF

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