O
delegado da Polícia Civil Flamarion Vidal Araújo (foto) afirmou nesta
terça-feira (13), em depoimento na Comissão de Ética da Câmara
Legislativa, que o deputado Raad Massouh (PPL) teria participado de
vários crimes em relação ao processo de contratação da empresa MCM
Produções, pela Administração de Sobradinho. Flamarion presidiu na
Delegacia de Crimes o inquérito que apurou desvio de recursos públicos
na aplicação de emenda parlamentar de R$ 100 mil para a realização de
evento festivo em Sobradinho.
"O processo todo foi um show de horrores e ilegalidades", enfatizou o
delegado. Ele disse aos membros da comissão que no inquérito está
comprovado, por depoimentos e provas documentais, que o projeto básico
para a dispensa de licitação foi feito dentro da Administração Regional
pela própria empresa contratada. E que também se apurou o recebimento
indevido de R$ 47 mil pela presidente de um sindicato rural em
Sobradinho, conhecida por Maria Inez, quem teria admitido o fato.
O delegado também afirmou que os próprios músicos das bandas
contratadas confirmaram não ter recebido as quantias previstas no
processo. Além disso, disse que o evento fora realizado de forma
ilícita, às vésperas das eleições de 2010 e que o distrital Raad teria
discursado em palanque, no restaurante Trem da Serra. "O evento seria
destinado a 10 mil pessoas, mas no local não deveria ter nem 200
pessoas", avaliou, garantindo que no inquérito estão anexadas muitas
fotografias do evento.
Flamarion lamentou não ter podido concluir o inquérito na Polícia
Civil, porque fora transferido para a Delegacia de São Sebastião. A
apuração seguiu no âmbito do Ministério Público, segundo lembrou. Ele
não quis comentar se julgava sua transferência uma medida de retaliação
política, mas garantiu aos distritais que numa das conversas telefônicas
gravadas com autorização judicial o deputado Raad "comemorou" sua saída
do processo de investigação, comentando ter tido "sorte" pela
transferência do delegado.
Flamarion relatou, também, que Raad afirmou em telefonema já ter
conversado sobre o caso com o governador Agnelo, afirmando ter recebido
do líder do Executivo a garantia de que o processo não seguiria em
frente.O delegado ainda acusou Raad de movimentar valores financeiros,
inclusive dólares, bem acima da renda declarada, conforme diálogos
gravados entre ele e alguns assessores. E sustentou que, segundo
denúncia do ex-administrador Carlos Barros, o distrital teria solicitado
que Barros registrasse imóvel de sua propriedade em seu nome,alegando
"falta de tempo".
Em outro depoimento à Comissão de Ética, o ex-servidor da Administração
Regional de Sobradinho Jorge Soares Rocha admitiu ter assinado como
executor de contrato o processo para a realização do evento, sem
conhecimento de nada que estava sendo contratado. "Foi o Carlinhos
Muriçoca que me trouxe o processo e falou que era para eu assinar. E eu
assinei", afirmou, confirmando aos distritais que não teria condições
técnicas de redigir aquele processo pois, embora exercendo o cargo de
gerente de agricultura, só teria estudado até a 5ª série do primeiro
grau.
Ao se dizer arrependido por ter assinado a documentação do processo de
contratação do evento,o ex-servidor alegou ter tido prejuízo financeiro
ao exercer aquele cargo por cerca de dois anos, por indicação do
ex-deputado Raimundo Ribeiro, mantida por Raad. "Eu sou treinador de
cavalos e não quero mais saber de cargo nenhum", desabafou, reclamando
de "constrangimentos" enfrentados depois das denúncias contra o
distrital.
No terceiro depoimento do dia, o advogado e servidor público Eufrásio
Pereira da Silva, indicado pela defesa do distrital, disse que era amigo
pessoal de Raad e do ex-administrador de Sobradinho, Carlos Barros, e
que acreditava na honestidade de ambos. Ele admitiu ter dois filhos
trabalhando no governo, por indicação de Raad, e garantiu que, como um
dos organizadores da Via Sacra de Sobradinho, não constatou nenhuma
irregularidade na tramitação de emenda parlamentar.
Raad x administrador – O presidente da Comissão de Ética e Decoro
Parlamentar, deputado Dr. Michel (PEN), anunciou para amanhã
(quarta-feira), a partir das 14h, os depoimentos do ex-administrador de
Sobradinho, Carlos Barros, e do deputado Raad, que pediu para ser ouvido
pelos colegas. A divulgação do relatório pelo deputado Joe Valle (PSB)
está prevista para o próximo dia 21. Se acatada, a denúncia de quebra de
decoro parlamentar será encaminhada ao plenário, para deliberação.
Fonte: Site: al-df.justica.inf.br
Esse Deputado RAAD é um tremendo 171 minha gente! O cabra tem 02 CPF's! onde já se viu algo assim! Ele realmente lascou o Carlos (administrador de Sobradinho) nomeado por Raad. Não é justo condenar o Carlos. Ele era pau mandado do chefão Raad. FORA RAAD JÁ!
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