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sábado, 31 de agosto de 2013

Artigo: A adesão discreta de Cristovam


Por Celson Bianchi - A história se repete. Muitas vezes os analistas de plantão não avaliam todos os fatos, principalmente do passado recente, para diagnosticar o que acontece no presente. Este é o caso do episódio que trouxe de volta ao comando da secretaria de educação do distrito federal o pedetista Marcelo Aguiar. Desejo antigo do Senador Cristovam Buarque, rechaçado incialmente pelo Governador Agnelo Queiroz, que num primeiro momento cedeu às pressões do PT para alojar pessoas ligadas ao sindicato ou a estrutura partidária ligada com setores da educação local.

Do mesmo modo que no passado, quando Cristovam negociou silenciosamente a entrada de Marcelo Aguiar no governo Arruda, então para chefiar uma estrutura paralela da educação, no programa da educação integral, menina dos olhos do senador pedetista, agora os apelos eleitorais de 2014, trouxeram de volta ao governo do PT mais um ex-auxiliar de Arruda e eterno braço direito de Cristovam, agora contando com o respaldo de um Reguffe turbinado pelas urnas de 2010, embora com pouca produtivdade para o cidadão comum.

Cristovam, por sua vez, dá o troco na ala do PT que preteriu sua indicação para a educação e retoma um espaço que sempre ambicionou, embora os resultados do seu trabalho quando chefiou a educação em nível nacional como ministro de Lula, foram pra lá de decepcionantes, chegando a ser demitido pelo telefone. Blindado pela imprensa que sequer registra sua condenação em segunda instância pelo Tribunal de Justriça do Distrito Federal, o que lhe colocou nos braços da Lei da Ficha Limpa, vai ter muito trabalho para ajudar silenciosamente o "aliado" Aguiar.

Para o público a coluna apurou que o jogo de cena do PDT ao lançar nota afirmando que a decisão de Marcelo Aguiar foi de caráter pessoal e isolada, um único bordão resume a história deste vale a pena ver de novo, "o passado nos condena", pois ninguém em sã consciência deixaria a Secretaria Executiva de um ministério federal, para se tornar secretário em vôo solo e sem respaldo político, sob pena de ser abatido ainda em terra. Marcelo Aguiar não é bobo e não chegou onde chegou por acaso, afinal ser vice-ministro não é para qualquer um.

O cenário está montado, como no projac. Um nota de descompromisso partidário, a afirmação de que Reguffe e Cristovam passam longe da nomeação, o afastamento simbólico de Marcelo Aguiar do PDT, mas com portas abertas para retornar quando quiser e uma brecha para que se for necessário a dupla da moralidade se diga sempre longe de Agnelo, mas se as coisas melhorarem, e Marcelo Aguiar se sair bem, principalmente com movimentos certos na direção da escola integral, servir de liga para uma reaproximação triunfal, desde que Agnelo se recupere é lógico. Até lá, nada como uma Secretaria para arrecadar nas vésperas de uma eleição, afinal ninguém é de ferro. Trouxas somos nós.

Fonte: Blog do Odir Ribeiro

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