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Enquanto isso, multiplicam-se as evidências de que, pelo menos para
parte significativa dos quadros do PT, inclusive alguns solidamente
instalados no Palácio do Planalto, todos de olho em 2014, o “volta
Lula”, mais do que um apelo nostálgico, é a última esperança de
sobrevivência do tão acalentado projeto de perpetuação no poder.

Seria muito difícil explicar politicamente a não candidatura da
presidente, mesmo que para ceder o lugar ao seu mentor. A não ser, é
claro, que surgisse um inquestionável motivo de força maior. E essa
força maior seria a ameaça iminente à hegemonia político-eleitoral do
PT.
Pois a “força maior” está nas ruas. Apesar de o marqueteiro oficial
João Santana garantir que em quatro meses Dilma terá recuperado o
prestígio que despencou nas últimas semanas, os petistas já colocaram as
barbas de molho.

Ocorre que Dilma, ao contrário de seu criador, não tem o menor carisma.
E em 2006 o País surfava na onda da estabilidade monetária, crescimento
econômico e avanços sociais. Um panorama muito diferente daquele em que
está hoje mergulhado em razão, entre muitas outras, da crônica
incompetência do governo lulopetista.

Na quarta-feira passada, em dois ambientes diferentes e em contextos
distintos, duas personagens próximas de Lula vocalizaram o mesmo desejo.
O cientista político André Singer, antigo porta-voz de Lula na
Presidência, respondeu a uma indagação, durante debate na USP, com a
afirmação de que, em consequência da queda da popularidade de Dilma, o
nome de Lula, como candidato em 2014, “está colocado”. Singer fez a
ressalva de que não estava em condições de afirmar se Lula está ou não
disposto ou decidido a ser candidato. E, dizemos nós, muito
provavelmente não está.

É claro que, mesmo a conveniente distância, Lula está perfeitamente a
par das manifestações desse queremismo. Que, aliás, é muito
compreensível, uma vez que, diante dos últimos acontecimentos, a
companheirada vislumbra uma luz no fim do túnel e a identifica como a de
uma locomotiva sem freio que ameaça atropelá-los.

Fonte: Estadão / VEJA
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