![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKxEA7Tg6sp1kqpalPD2KpIUf7Q-mMsPM5E2vKeKoneSEndH3lUjucev-9DA8x7zAdId7__9Xo4HNtPnmAfQx0NeAzJkZIrUOLUJ6Tw0077zgvDmh1wEiUha8dZwK0Gf8PHCsyoymbNXA/s320/Marinus+Marsico.gif)
Em maio, após suspeitas de uso irregular de aviões por ministros,
Marinus Marsico enviou ofício ao TCU pedindo que o tribunal recomende
maior rigor sobre quem acompanha a autoridade no deslocamento e sobre o
destino da viagem. Ainda não há uma posição do TCU. Nesta quinta, o
deputado Chico Alencar (PSOL/RJ) apresentou projeto para limitar o uso
de aviões da FAB por autoridades.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), anunciou a
devolução de R$ 9,7 mil aos cofres públicos após a divulgação de que
levou parentes em avião da FAB para assistir jogo do Brasil na final da
Copa das Confederações. Ele argumentou que tinha reunião com o prefeito
do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
Depois, o presidente do Senado, Renan Calheiros, usou avião da FAB para
ir para Bahia, em "compromisso como presidente do Senado". Segundo o
jornal "Folha de S.Paulo", ele foi ao casamento da filha do líder do
governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB).
Decreto de 2002, que disciplina o uso das aeronaves da Aeronáutica,
autoriza o vice-presidente, presidentes do Senado, da Câmara e do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministros de Estado e comandantes das
Forças Armadas a usarem aviões "por motivo de segurança e emergência
médica; em viagens a serviço; e deslocamentos para o local de residência
permanente".
![]() |
Marinus Marsico |
O regulamento diz que as autoridades devem apenas informar com
antecedência situação da viagem (data, horário e destino) e o número de
pessoas que integram a comitiva.
A assessoria de imprensa da Aeronáutica explicou que a FAB não controla
quem entra na aeronave junto com as autoridades. Em caso de acidente,
por exemplo, segundo a assessoria, a FAB não saberia quem são os
passageiros.
Além disso, a autoridade não informa qual será o uso da aeronave e nem
precisa fazer relatório ou prestar contas da viagem realizada. O TCU é
quem avalia as contas do Comando da Aeronáutica, mas não há nenhuma
regra sobre como os aviões devem ser usados.
Para o procurador Marinus Marsico, no caso do presidente da Câmara,
como houve devolução dos valores, o MP não deve tomar nenhuma
providência. Em relação ao presidente do Senado, ele afirmou que fará
uma análise mais detalhada.
Ele afirmou que a falta de regras prejudica a atuação do MP. "É uma
desgraça mesmo. A norma abre um monte de possibilidades. Existe na norma
possibilidade de irem para residência permanente. Não há critério sobre
o que é parcimônia ou não no uso. Do ponto de vista moral, podemos
comentar. Mas, do ponto de vista legal, fica complicado para o
Ministério Público atuar porque as normas permitem [o uso sem
critérios]", disse Marinus Marsico.
Para ele, seria necessário um detalhamento das regras por parte da
Presidência para não "ficar no critério subjetivo" o uso dos aviões.
O procurador classifica como "erro" a falta de controle de quem viaja
com as autoridades. "Isso está errado. Há que se ter controle de
qualquer gasto público. Já pedi ao TCU para que o Comando da Aeronáutica
possa controlar o deslocamento, saber quem está usando."
Fonte: Revista Panorama
Nenhum comentário:
Postar um comentário