A
cada dia que passa cresce a certeza de que Agnelo Queiroz e Tadeu
Filippelli estão mais ligados do que nunca. Apesar das seguidas
tentativas de se plantar no solo da política do DF a semente da cisão
dos fiéis parceiros de palanque e de governo, a dupla Agnelo e Filippelli
continua se completando igual a feijão com arroz, como bem diria Renato
Russo.
A
fragilidade das eventuais candidaturas de Arruda e Roriz ao Buriti foram
brilhantemente bem antecipadas pelas poucas cabeças pensantes que
afiançaram o Novo Caminho e que vem sustentando herculeamente a aliança
PT x PMDB no Distrito Federal.
O
sentimento de que a união das oposições se distancia, ganha reforço pelo
entendimento de que tanto Arruda quanto Roriz não confiam o seu espólio
político a ninguém menos do que a eles mesmos. No caso do ex-governador
Joaquim Roriz, suas filhas poderiam representar a continuidade de seu
legado, no entanto, apesar de já testadas nas urnas, às deputadas não
demonstram possuir pegada política para assumir tal empreitada. Já ao
ex-governador Arruda faltou-lhe tempo para preparar um sucessor com
laços de sangue, entretanto, sobrou-lhe o tempo necessário para imaginar
que não lhe restam nomes suficientemente confiáveis para receber sua
herança.
Enquanto
Arruda e Roriz aguardam que a humildade lhes sorria, o Novo Caminho
pavimentado por PT e PMDB, se dispõe a sinalizar, sempre que lhe convém,
para o afastamento de Filippelli da coligação, no claro intuito de
desmobilizar movimentos políticos convergentes do outro lado. Essa
estratégia de alimentar o imaginário político com a tese de que o atual
vice-governador é o único elemento capaz de unir as oposições no DF
parece que tem funcionado, embora não passe de conversa para boi dormir.
Filippelli está confortavelmente acomodado na vice-governadoria do GDF,
governando e mandando mais nesses quase três anos, do que ao longo de
toda sua trajetória de homem público, construída ao lado de Roriz e do
próprio Arruda.
Por
outro lado, Agnelo Queiroz acusa no semblante o abatimento em razão das
inúmeras dificuldades administrativas de seu governo. O fato é que a
imagem de líder disposto a enfrentar novamente as urnas em 2014 está
comprometida. Segundo fontes palacianas, o governador já ensaia o
discurso do cansaço e do grande sacrifício pessoal e familiar por estar à
frente do GDF.
Paralelamente
a tudo isso, a constante exposição de Filippelli na mídia tem se
prestado a elevar sua biografia, ao mesmo tempo em que, de maneira
subliminar, tenta dissociá-lo de um governo pessimamente avaliado pela
população, não obstante ao fato dele próprio ser corresponsável de tudo.
Nesse contexto, é razoável afirmar que Filippelli é uma alternativa eleitoral da situação e não da oposição.
Por
fim, é visível que no campo político, Agnelo e Filippelli estão
conseguindo de forma inteligente, refrear a antecipação do pleito
eleitoral de 2014, na medida em que seus movimentos têm alcançado, até
então, o objetivo de impedir o surgimento de um personagem que una e dê
cara à oposição no Distrito Federal.
Fonte: Guardian Notícias - Por João Zisman
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